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Escolas funcionando em rede elevam a educação no interior paulista

Em Novo Horizonte (SP), as escolas públicas trocam informações entre si para que o nível do ensino se eleve em conjunto

Por Thaís Zimmer Martins Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 19h05 - Publicado em 7 dez 2015, 18h30

* A SUPER viajou a convite da Fundação Lemann, realizadora da pesquisa Excelência com Equidade com apoio do Itaú BBA e do Instituto Credit Suisse Hedging-Griffo

Até 2007, as escolas de Novo Horizonte, a 410 km de São Paulo, não eram diferentes do estereótipo da escola pública no Brasil: grades nos corredores, cadeiras quebradas, muros pichados, alunos fora das salas e índices de desempenho baixos. A mudança começou quando as escolas passaram das mãos do Estado para as do município. Para Paulo César Magri, secretário de Educação e Cultura, o primeiro passo foi deixar o ambiente escolar agradável.

Um dos pioneiros na mudança foi o colégio Profª Hebe de Almeida Leite Cardoso. Carteiras foram trocadas, salas de aula pintadas e climatizadas. Nas áreas comuns, brotaram ipês, primaveras e orquídeas.

Uma escola não é uma ilha

Em todas as escolas da cidade foram criados espaços de convivência: quiosques, bibliotecas com sofás, salas de música com piano e banheiros com toalhas e espelhos. “Nunca mais tivemos entupimento, pichação ou quebra de bancos. Os alunos entenderam que a escola também é deles e passaram a zelar”, conta Paulo.

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Hoje, a manutenção da Hebe é feita com cerca de R$ 10 mil anuais recebidos da Prefeitura, e com doações dos pais e dinheiro arrecadado em festas. “Muito se fala sobre investimento em infraestrutura, mas economizamos cuidando do que já temos”, conta a diretora Maria Cristina Bertolini do Prado.

Os alunos ocuparam a escola, reduzindo a evasão. É comum encontrar estudantes de outros períodos na biblioteca, fazendo atividades extracurriculares. Em 2014, nenhum aluno largou a escola – no Brasil, em 2014, cerca de 450 mil alunos deixaram a escola nos anos finais. 

Para combater a evasão, vale tudo. Secretário há 16 anos, Paulo vai à rádio local convocar os pais para se envolver na vida escolar dos filhos. “É um direito dos alunos ter ensino gratuito e de qualidade, e obrigação dos pais fazer valer esse direito”, afirma. 

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Para acompanhar o desempenho dos alunos e a qualidade do ensino, as escolas municipais fazem avaliações semanais simultâneas com os alunos. A medida ajuda a medir constantemente os níveis de aprendizado no município. “Assim, as escolas conseguem crescer juntas”, afirma o secretário. “Construímos uma cultura de avaliação que não é punitiva. Avaliamos para saber se os alunos estão aprendendo e como podemos ajudá-los a avançar”, explica a diretora Maria Cristina.

E, ao contrário do que se poderia pensar, a quantidade de provas não assusta os alunos. “Aqui a gente não vê prova como algo ruim. Quando o professor corrige as questões sei exatamente onde preciso melhorar. Assim, não persisto no erro e fica mais fácil aprender os próximos conteúdos”, explica Victoria Barbara Euflasino de Souza, 15 anos, aluna do 9o ano.

No turno inverso ao da escola, os estudantes frequentam as aulas de aprofundamento – principalmente os que tiram boas notas. As aulas de esporte também são extracurriculares, mas para participar é necessário estar com as notas lá em cima. Uma dessas atividades é o karatê. Entenda como funciona e por que ele auxilia no desenvolvimento escolar do aluno:

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Segundo a coordenadora pedagógica Thaís Machado, o trabalho em redes ajuda na troca de conhecimento entre professores de diferentes escolas. Uma vez por semana, os docentes municipais, divididos por disciplinas, discutem a melhor maneira de abordar os conteúdos. “Os professores de matemática discutem, por exemplo, como ensinar triângulos retângulos. Os de português, como melhorar na leitura, e assim por diante. Compartilhando os métodos fica mais fácil entender como ensinar melhor”, revela Thaís.

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Para Paulo, essas discussões possibilitam trocas de saberes muito ricas. “Deixamos de ver as escolas como ilhas isoladas, mas como grandes redes de trocas e vivências”, explica. Todo o esforço é recompensado financeiramente e também pelos alunos. Para os professores, o salário – maior do que o que ganhavam na época em que as escolas da cidade eram estaduais -, ajuda, claro.

Mas a maior gratificação mesmo fica por conta do reconhecimento dos alunos e a revalorização da profissão. Victoria ainda não terminou o Ensino Fundamental, mas já pensa no magistério: “A educação realmente pode transformar a vida das pessoas. Isso já está acontecendo comigo. O mundo que eu vejo hoje não é mais o mesmo do que eu via quando cheguei aqui. Quero ser professora para fazer isso pelos outros também”, complementa.

 

Boas práticas

– Proximidade entre famílias e escola
– Envolvimento estreito com a comunidade

Conheça um pouco da EMEF Profª Hebe de Almeida Leite Cardoso

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