Luís Indriunas
Qualquer um que tenha um pequeno jardim em casa sabe o quanto são chatas as formigas que acabam com a folhagem, chegando a matar algumas plantas. No entanto, um estudo feito no Pará mostra que esses pequenos insetos não são tão maus como parecem.
Pesquisadores da ONG Ipam (Instituto de Pesquisa da Amazônia) estudaram o comportamento das saúvas em florestas secundárias da Amazônia. São áreas degradadas pelo homem e abandonadas em seguida, possibilitando o crescimento de uma nova floresta.
Apesar de as formigas acabarem com até 17% das folhas das plantas da região, o formigueiro que elas constroem ajuda no crescimento das raízes das árvores. Nas suas casas embaixo da terra, elas criam uma série de salas e compartimentos, onde depositam matéria orgânica e cultivam uma espécie de fungo. Assim, ajudam a alimentar as árvores com nutrientes importantes.
Com essa mãozinha, as raízes mais finas chegam a crescer até 50 vezes mais. Entre as espécies beneficiadas estão árvores comuns em vegetação secundária como a jurubeba e a embaúba. Segundo o pesquisador Paulo Moutinho, do Ipam, as formigas acabam forjando um solo rico em matéria orgânica como o original na região. “A próxima etapa é tentar ver como se poderia fazer um manejo desses insetos em áreas a serem recuperadas”, diz.