Lótus. Flor sagrada da Índia tem sangue quente
Os biólogos já conheciam plantas que emitem calor durante a abertura das pétalas, como alguns lírios-d’água. Mas ninguém tinha visto ainda um “milagre” botânico semelhante ao da sagrada flor de lótus. A Nelimbonaceae nucifera, venerada por budistas e hindus, mantém seu calor de maneira quase esotérica. Ela consegue ficar com a temperatura estabilizada entre 30 e 35 graus Celsius, mesmo quando o ambiente se aquece ou resfria em até 20 graus. E olha que ela não tem o sofisticado sistema termorregulador dos animais de sangue quente, como os mamíferos. Cada botão libera 1 watt de energia. Imagine só: com sessenta botões, já daria para gerar o mesmo calor de uma lâmpada comum. Segundo Roger Seymour e Paul Schultze-Motel, da Universidade de Adelaide, Austrália, a planta pode ter arrumado um jeito de facilitar a polinização. Para alguns insetos, como besouros, nada mais aconchegante do que uma flor morninha para trabalhar a noite inteira e sair ao raiar do dia, coberto de pólen.