Morte às baleias!
Se com a caça proibida os pescadores não param, o que vai acontecer se o veto cair?
Gilberto Stam
Os debates que antecedem a reunião da Comissão Internacional da Baleia (CIB), a ser realizada em julho, em Mônaco, mostram que o destino dos cetáceos oscila entre o ruim e o pior. Ruim é liberar a caça, que está proibida desde 1986 justamente por ameaçar diversas espécies de extinção. Pior seria manter o veto atual e os grandes matadores (leia-se Japão e Noruega) decidirem sair da CIB e anular sua força política. O mortícinio, que nunca parou para valer, retorna de maneira anárquica. O negócio das baleias é difícil de defender. “A carne não é relevante como alimento e o óleo, usado como combustível, não tem o menor peso comercial”, diz o biólogo Alexandre Castro, diretor da ONG Sea Shepherd no Brasil. Talvez até se pudesse controlar a caça, como quer o Japão. Ela seria liberada quando o número de baleias estivesse alto e coibida quando diminuísse. O problema é contar: as estimavas são tão precárias que não se sabe, por exemplo, se há 500 000 ou 1,2 milhão de baleias na Austrália. É incerteza demais para um jogo no qual um erro pode significar o fim de várias espécies.