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Theodor Adorno: “Normalidade significa morte”

Ele fundou a Escola de Frankfurt, investigou a indústria cultural - e apontou como o poder vive mascarado pelo saber

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 23 out 2019, 12h44 - Publicado em 29 out 2015, 13h26

Em meados do século 20, meios de comunicação como rádio, jornais e revistas começavam a atingir grandes plateias, mas o fenômeno demorou para despertar atenção da filosofia — até que Adorno resolveu se debruçar sobre o assunto em um dos capítulos do clássico Dialética do Esclarecimento, escrito junto com o amigo Max Horkheimer. Na obra, a dupla mostra como o saber está ligado a processos de dominação na história da civilização. As críticas se tornaram fundamentais para compreender não só o impacto das novas tecnologias de comunicação na sociedade, mas como o poder está mascarado pelo saber na atualidade. Filósofo, sociólogo, compositor musical e crítico de arte, Theodor Adorno foi um dos fundadores da Escola de Frankfurt, grupo informal de pensadores de orientação marxista. Quando se formou em filosofia, em 1924, já era amigo de Walter Benjamin e de Horkheimer, que também se firmariam como grandes expoentes da Escola.

Sua fama intelectual surgiria quase uma década mais tarde, com a publicação de uma tese sobre Kierkegaard, em 1933. Era o ano em que Hitler assumia o poder na Alemanha, obrigando Adorno e vários intelectuais a abandonar o país. A primeira parada foi Londres, onde lecionou três anos em Oxford. Em 1938, um convite de Horkheimer para dirigir o projeto de investigação radiofônica da Universidade de Princeton o levou aos EUA. O filósofo não gostou do que viu na América, mas o contato com o ambiente no qual os meios de comunicação estavam em frenética expansão foi fundamental para o desenvolvimento de sua obra. A observação de um universo regido por interesses, lucro e conveniências o motivou a refletir atentamente sobre a massificação da cultura. Para ele, os meios de comunicação de massa eram parte fundamental da indústria cultural, uma criação do capitalismo que molda a mentalidade das pessoas que aderem a ela inconscientemente. Adorno considerava que o rádio, por exemplo, semeava o conformismo e a resignação, tornando a população inerte frente a um sistema que desfigura a essência do ser. E a televisão sequer havia chegado.

Em 1949, Adorno e outros colegas decidiram voltar à Alemanha e reconstruir em Frankfurt o Instituto para Pesquisa Social, que havia sido transferido para Nova York durante o nazismo. Rapidamente, chegou ao posto de diretor. O filósofo morreu em 1969, deixando incompleta sua Teoria Estética, em que defende a relevância do pensamento crítico. Cada ato profundamente crítico, dizia, é como uma garrafa lançada ao mar para futuros destinatários. Uma das mensagens dessa garrafa é de que a indústria da cultura engana constantemente seus consumidores ao prometer entregar-lhes uma felicidade plena que é irrevogavelmente ilusória.

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