Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Foucault: “O homem é uma invenção recente”

A história não é linear; ela é uma tapeçaria de regras, muitas vezes inconscientes e sempre influenciadas pelo contexto em que existem

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 29 out 2019, 16h04 - Publicado em 29 out 2015, 14h50

“O homem é uma invenção recente”, Foucault

Inquieto e curioso em relação à existência, Michel Foucault frustrou uma família de médicos ao enveredar pelo caminho da filosofia e da psicologia. Nenhum desses títulos, porém, o satisfazia. Preferia ser definido como arqueólogo, por sua dedicação a reconstituir o que de mais profundo existe em uma cultura.

Inspirado no pensamento de Nietzsche, desenvolveu um método que coloca em xeque a compreensão linear da história. Para ele, a verdade histórica não é uma sequência rigorosa de causa e efeito facilmente compreensível em qualquer época, mas, sim, o resultado de um confronto entre forças antagônicas que fazem sentido em determinado tempo. Seu objetivo era compreender como antigos fenômenos podem ser reconstituídos da forma como foram vividos. Como é possível, em suas palavras, fazer uma “história do presente”? Por exemplo, a Lei Seca instituída nos EUA, em 1919, pode ser vista hoje como uma maluquice dos legisladores americanos, mas quem investigar a mentalidade do início do século 20 e os conflitos provocados pelo álcool vai entender melhor por que uma decisão tão radical foi tomada.

O pensador estava mais preocupado no modo como nosso discurso — isto é, como falamos e pensamos o mundo — é condicionado por regras, muitas vezes inconscientes, fixadas pelas condições históricas do momento. Essas regras mudam — daí viria a necessidade de se fazer uma “arqueologia” para desvendar como era no tempo antigo. Para Foucault, era errado supor que podemos falar de “homem” da mesma maneira como na Antiguidade. Segundo o pensador, o homem como objeto de estudo, por exemplo, surgiu no início do século 19 — o que explica sua célebre frase acima. Seu estudo que desvenda as formas de exercício de poder na sociedade também é notório. Foucault acreditava que a compreensão do que somos, pensamos e fazemos abre uma possibilidade de ser, pensar e fazer de outra forma.

Essa é a grande contribuição para a filosofia do trio rebelde, como ficaram conhecidos Foucault, Derrida e Deleuze, seus dois colegas franceses também badalados depois dos anos 60. Consagrado, Foucault foi convidado a lecionar no prestigiado Collège de France. Morreu aos 57 anos, em 1984, no ápice da sua produção intelectual. Deixou inacabada a sua História da Sexualidade, seu livro mais ambicioso, no qual pretendia mostrar como, por meio da expressão e não da repressão, a sociedade ocidental faz do sexo um instrumento de poder.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.