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O lixo do mundo é nosso

Cláudia de Castro Lima Quem caminha por um trecho quase deserto da Costa dos Coqueiros, no litoral norte da Bahia, não entende nada: de onde vem tanto lixo se não há ninguém por lá? O fotógrafo baiano Fabiano Barretto teve essa mesma dúvida – e resolveu investigar. Desde 2001, ele percorre os 80 quilômetros que […]

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Atualizado em 31 out 2016, 19h03 - Publicado em 30 abr 2004, 22h00
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  • Cláudia de Castro Lima

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    Quem caminha por um trecho quase deserto da Costa dos Coqueiros, no litoral norte da Bahia, não entende nada: de onde vem tanto lixo se não há ninguém por lá? O fotógrafo baiano Fabiano Barretto teve essa mesma dúvida – e resolveu investigar. Desde 2001, ele percorre os 80 quilômetros que separam a praia do Forte da barra do Itariri. Recolheu no trecho 1 832 embalagens, de 69 países diferentes.

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    A explicação para a origem do que ele chama de “lixo global” é uma só: a sujeira vem de embarcações internacionais, como veleiros particulares, cargueiros e cruzeiros de turismo, que passam perto da costa brasileira. “O importante é que corra no meio marítimo a notícia de que o Brasil está identificando a origem do lixo. Assim, ele deve diminuir”, diz Barreto.

    O lixo causa diversos danos ambientais: a tartaruga, por exemplo, confunde plástico com alga e morre sufocada ao ingeri-lo. Para combater barbaridades desse tipo, Fabiano Barretto criou a ONG Global Garbage, que tem financiamento de uma instituição alemã e apoio de diversos projetos nacionais.

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    Garrafas de refrigerante, caixas de leite, potes de inseticida e até uma tampa de privada e uma porta de geladeira chegaram à costa sofrendo a influência de uma corrente marítima conhecida pelo nome de corrente Sul Equatorial . “A Sul Equatorial vem da costa da África e cruza o Atlântico”, afirma Luiz Miranda, oceanógrafo da USP. “Portanto, ela é capaz de trazer lixo de milhares de quilômetros de distância para nossa costa.”

    Trata-se da mesma corrente que trouxe as naus portuguesas em 1500. Faz tempo que ela anda trazendo problemas.

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    PARA SABER MAIS

    https://www.globalgarbage.org

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    Olimpíada da poluição

    Os países campeões em deixar lixo na costa baiana

    1º País: Estados Unidos

    Embalagens encontradas: 241 (13,2% do total)

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    Lixo mais estranho: medicamento supositório,embalagem plástica de gel para o cabelo e potes de chantilly

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    2º País: Itália

    Embalagens encontradas: 151 (8,2% do total)

    Lixo mais estranho: pote de talco mentolado

    3º País: África do Sul

    Embalagens encontradas: 126 (6,9%)

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    Lixo mais estranho: garrafa plástica de produto para limpar vidros e pote de milk shake de chocolate

    4º País: Argentina

    Embalagens encontradas: 119 (6,5%)

    Lixo mais estranho: pote de espuma de barbear

    5º País: Alemanha

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    Embalagens encontradas: 110 (6%)

    Lixo mais estranho: tubos de cola em bastão, pincel atômico e pote de chantilly

    6º País: Reino Unido

    Embalagens encontradas: 91 (5%)

    Lixo mais estranho: lata de produto para limpar forno e pote de vidro de extrato de tomate

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    7º País: Taiwan

    Embalagens encontradas: 86 (4,7%)

    Lixo mais estranho: lata de feijão semipronto e pote de silicone

    Tempo de decomposição no mar

    Cigarro – Mais de três meses

    Papel – Três meses a vários anos

    Madeira – Seis meses

    Restos orgânicos – Até 12 meses

    Chiclete – Cinco anos

    Aço – Dez anos

    Plástico – Mais de 100 anos

    Alumínio – Mais de mil anos

    Vidro – Mais de 10 mil anos

    Fonte: Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo

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