Uma planta de nome esquisito, comum no Japão, ficou famosa entre os botânicos por ter sido a única espécie vegetal que sobreviveu ao bombardeio atômico de Hiroshima, em 1945. Agora, a gingko biloga – é assim que ela se chama – está ficando conhecida entre os médicos. É que seu extrato parece ajudar no tratamento da depressão, à medida que reforça o efeito das drogas usadas para combater o problema. Cientistas ligados a Organização Mundial de Saúde (OMS) estão pesquisando essa capacidade da planta, em diversos países. “Pelo menos 100 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem algum tipo de depressão”, informa o neurologista Klaus Dillner, responsável brasileiro pela pesquisa da OMS. “E três em cada dez pacientes não reagem aos medicamentos conhecidos.”
Uma possível explicação para a falta de respostas a terapia são lesões na membranas dos neurônios, provocadas por radicais livres, moléculas nocivas produzidas pelo próprio organismo. “Tudo leva a crer que o extrato de gingko biloba limpa o cérebro dos radicais livres e, assim, o prepara para receber as drogas antidepressivas”, explica Dillner. Com isso, esperam os pesquisadores, a proporção de pacientes resistentes ao tratamento deve diminuir.