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Troff , brasil peita o Japão

A intenção é proibir, em todo o Atlântico Sul, a caça de grandes cetáceos como Troff, uma baleia franca, e das outras 11 espécies que freqüentam a área.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 19h02 - Publicado em 30 jun 2002, 22h00

Mariana Lacerda

Há 32 anos, uma baleia franca batizada de Troff foi identificada na Península Valdés, na Argentina, acompanhada de um filhote. Pesquisadores do Instituto de Conservação de Baleias da Argentina, puderam então acompanhar, dali, a vida de Troff até vê-la com a sua terceira cria, em 1979. Ela tornou-se uma velha conhecida dos cientistas. Mas, depois disso, Troff nunca mais foi avistada nos golfos da Península Valdés. Foi dada como morta, vítima de algum arpão japonês ou norueguês. Esses países matam baleias, embora haja uma proibição global contra a caça. (O Japão alega que mata apenas para pesquisa científica, aproveitando uma brecha na lei. Mentira. A carne de baleia está à venda nos supermercados.)

Felizmente, depois de quase uma década de sumiço, pesquisadores brasileiros da ONG ambientalista Projeto Baleia Franca comprovaram que Troff estava viva e utilizava as águas do sul do país para dar a luz a mais um filhote. Isso foi em 1988, um ano após o Brasil proibir a caça de cetáceos nas suas águas territoriais. A história, com final feliz, ao contrário de muitas outras, mostra que o único jeito de assegurar o futuro das baleias é freando a caça em oceanos inteiros. Não adianta um país proibir a matança se o cetáceo pode ser arpoado numa de suas longas migrações. É essa a posição oficial do Brasil. E, por isso, o país levou à votação na 54a Reunião da Comissão Baleeira Internacional (CIB), realizada em maio em Shimonoseki, no Japão, a proposta de criação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul.

A intenção é proibir, em todo o Atlântico Sul, a caça de grandes cetáceos como Troff, uma baleia franca, e das outras 11 espécies que freqüentam a área. O Brasil não conseguiu a aprovação. Foram 23 votos a favor e 17 contra, mas eram precisos três quartos dos votos para criar o santuário (no ano passado, a mesma proposta teve 20 votos a favor e 13 contra). “Ainda assim, foi uma vitória na casa do inimigo”, diz José Truda Palazzo Júnior, da delegação brasileira na CIB. O Japão lidera o bloco pró-liberação da caça, que inclui países do Caribe e da África, muitos deles motivados por incentivos financeiros dos nipônicos. A hostilidade japonesa à proposta brasileira pôde ser comprovada durante a reunião – Truda diz que, nos intervalos, era servido sushi de baleia, só para provocar.

O mesmo bloco de 17 votos também derrubou a proposta apresentada por Austrália e Nova Zelândia de estabelecer um santuário de baleias no Pacífico Sul. Com a criação do santuário, o Brasil reivindica não só a vida de baleias, mas ainda o lucro que o uso não-letal dos cetáceos pode trazer para o país: conhecimento científico e turismo de observação. Fica para o ano que vem – em 2003, há outra reunião da CIB em Berlim.

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