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Tudo pronto para a Rio-92. Só falta pagar a conta

As reuniões do Comitê Preparatório da Eco-92, que ocorreram em Nova York, foram um grande sucesso, tendo os 175 países participantes concordado em todos os pontos da discussão.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h58 - Publicado em 30 abr 1992, 22h00

Foram cinco semanas de muito trabalho em Nova York, entre 2 de março e 3 de abril, na última das quatro reuniões do Comitê Preparatório da Conferência de Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas, a ser realizada no Rio de Janeiro em junho próximo.
“Nossas discussões são tediosas, mas podemos tratar assuntos como a degradação da Terra ou os impactos ambientais da pobreza, de maneira simples”, explica o canadense Maurice Strong, secretário-geral da Conferência. Ainda assim, considera-se que o encontro do um sucesso: representantes de 175 países conseguiram estabelecer acordos em torno de praticamente todos os pontos incluídos nos documentos a serem assinados pelos chefes de Estado que vieram ao Rio:a Agenda 21, um plano de ação para ser executado até o ano de 2000, visando promover o desenvolvimento do planeta sem danos ao meio ambiente; e a Carta da Terra, agora rebatizada Declaração do Rio, que contém princípios sobre os quais está assentada a Agenda, esta um alentado cartapácio de 800 páginas.
Não se julguem, porém, que está tudo acertado para que o encontro no Rio seja uma lua-de-mel. Se conseguiram concordar quanto ao que deve ser feito para salvar o futuro do planeta, os delegados nada decidiram a respeito de como fazer – ou melhor, de como pagar a conta dessa operação. Serão necessários 700 bilhões de dólares, anualmente, até o ano de 2000, para que os países em desenvolvimento passem a utilizar as mais modernas tecnologias não poluentes já disponíveis. Não há nenhum indício de que os países ricos estejam dispostos a pagar sua parte. – 125 bilhões de dólares e nem mesmo possam colocar aquelas tecnologias, quase todas pertencentes a empresa privadas, ao alcance dos governos dos países pobres. Essa é uma questão que só os chefes de Estado poderão decidir, quando chegarem ao Rio – se é que virão todos eles, e com disposição para tanto.
O estóico Strong, de qualquer forma, mostra-se otimista. “Nota-se uma grande vontade dos governos, inclusive dos Estados Unidos, de se comprometerem com o princípio de que deverão fornecer recursos adicionais aos países em desenvolvimento”, disse ele a Nira Worcman, de SUPERINTERESSANTE, logo depois da última reunião do Prepcom, em Nova York. Outras declarações suas:

É claro que os governantes dos países ricos não vão assinar um cheque de 70 bilhões de dólares (a quantia que, somada aos 55 bilhões já concedidos, completaria os 125 bilhões da parte daqueles países na fatura da Agenda 21) imediatamente. Mas o importante é que o processo foi iniciado. Provavelmente, as quantias só serão anunciadas no Rio de Janeiro, pois sempre se prefere que tais declarações sejam feitas pelos chefes de Estado.

Não estou satisfeito com mudanças feitas nos documentos sobre eficiência energética. Alguns países da OPEC, interessados em vender mais óleo, estão tirando a força desses documentos.

Embora os Estados Unidos não queira fixar metas para contentação das emissões de CO² trazem outras propostas que terão o mesmo efeito. Há um fundo racional nessa posição. Eu não acredito que os americanos estejam querendo impedir a assinatura da convenção – prefiro confiar na garantia dada pelo presidente George Bush de que ela será assinada.

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