As 10 maiores reviravoltas do cinema
Revelações bombásticas que deixaram o público de boca aberta - e entraram para a história da sétima arte
ILUSTRAS Fávio Bá
Revelações bombásticas que deixaram o público de boca aberta – e entraram para a história da sétima arte (CUIDADO! ESSA MATÈRIA CONTÉM SPOILERS!)
10. OS SUSPEITOS (1995)
Quem é o chefe?
O suspense que rendeu um Oscar ao roteirista Christopher McQuarrie gira em torno do chefão do crime Keyzer Söze. Ninguém sabe quem ele é – tudo o que sabemos é contado por um de seus subordinados, o tímido Verbal Kint (Kevin Spacey). Interrogado na polícia, Kint revela como uma série de erros levou ao tiroteio em um barco no qual ele foi preso. Kint é liberado e só então o delegado se dá conta de que o sacana inventou toda a história, usando elementos que estavam na sala do interrogatório. Ele é Keyzer Söze!
9. AMNÉSIA (2000)
Fins e recomeços
Quase todo filme do diretor Christopher Nolan tem revelações bombásticas. Mas esse conta com um roteiro mais engenhoso. Guy Pearce vive um personagem que não retém memórias recentes. Para encontrar o assassino de sua mulher, ele tatua no corpo toda pista que obtém. Conforme a investigação avança, descobrimos que ele já se vingou do verdadeiro assassino (mas não se lembra) e, desde então, está sendo manipulado por um policial para matar outros criminosos
8. OS OUTROS (2001)
O inferno são eles
O Sexto Sentido teve um impacto tão grande na bilheteria e na crítica que gerou uma série de “clones”. Poucos realmente prestaram. Uma das exceções foi essa produção dirigida pelo chileno Alejandro Amenábar. Nicole Kidman interpreta uma mãe de família que, no fim da 2ª Guerra Mundial, se muda com os filhos para uma casa aparentemente mal-assombrada. O segredo era o mesmo de O Sexto Sentido: na verdade, ela e suas crianças é que estavam mortas, assombrando os moradores da residência nos dias de hoje
7. TRAÍDOS PELO DESEJO (1992)
Um segredo na cama
Diferentemente das reviravoltas tradicionais, o diretor Neil Jordan muda o rumo do filme com uma única imagem. Na trama, o soldado Fergus (Stephen Rea) se envolve com Dil (Jaye Davidson), a namorada de um guerrilheiro do grupo terrorista IRA que o havia sequestrado. Numa cena, Dil começa a tirar a roupa, a câmera desce e… mostra um pênis. Ela é transexual, o que adiciona uma camada extra de tensão psicossexual à relação
6. O PLANETA DOS MACACOS (1968)
Apocalipse animal
Após caírem em um planeta desconhecido e inóspito, quatro astronautas são detidos por macacos evoluídos, que os conduzem uma sociedade tirânica. A surpresa rola no final: Taylor (Charlton Heston) se depara com os escombros da Estátua da Liberdade e se desespera ao perceber que está na Terra. Sua nave havia viajado para o futuro, onde a humanidade causou a própria extinção! O público ficou tão chocado que o filme teve quatro continuações, além de reboots em 2001 e 2011
5. CLUBE DA LUTA (1999)
Mensagens subliminares
Dos dez títulos nesta lista, este é o que dá mais pistas sobre o final. Por exemplo: nunca é revelado o nome do personagem de Edward Norton. Em várias cenas dele, Tyler Durden (Brad Pitt) aparece ao fundo. Mais para a frente, ambos saem de um carro pela porta do motorista. Depois, só Norton paga a passagem do ônibus. Isso porque os dois são a mesma pessoa: Tyler é uma “segunda personalidade”do protagonista
4. O SEXTO SENTIDO (1999)
Contatos do além
Todo mundo se concentrou na clássica frase “Eu vejo pessoas mortas”, proferida pelo garotinho Cole (Haley Joel Osment). Mas ninguém se tocou que o mais importante era o que dizia a seguir: “Elas andam por aí como pessoas normais. Não sabem que morreram”. Essa era a chave para detectar que o psicólogo para quem ele confessa seu dom, Malcom (Bruce Willis), também já bateu as botas. Cenas de flashback mostram que as interações de Malcom com a esposa e outras pessoas, na verdade, nunca aconteceram
3. STAR WARS: EPISÓDIO V – O IMPÉRIO CONTRA-ATACA (1980)
Casos de família
Apesar do que muitos citam por aí, Darth Vader (David Prowse) nunca disse a frase “Luke, eu sou seu pai”. Quando o Jedi o acusa de ter matado seu genitor, o vilão apenas responde: “Não, eu sou seu pai”. A informação muda a perspectiva dos filmes e aumenta a expectativa para o seguinte. Conseguirá Luke Skywalker (Mark Hamill) trazer seu pai para o lado do bem? Ou estaria destinado a matá-lo?
2. PSICOSE (1960)
Tal filho, tal mãe?
A obra-prima de Alfred Hitchcock contém duas reviravoltas. A primeira é a morte de Marion (Janet Leigh), na clássica cena do chuveiro, no meio do filme. Até então, o público pensa que ela é a protagonista. A segunda surpresa rola no final. Acredita-se que a assassina é a mãe do hoteleiro Norman Bates (Anthony Perkins). Ela nunca é vista, mas vive gritando com o filho. Na verdade, ela já morreu e é o próprio Norman, completamente louco, que se passa por ela (inclusive simulando sua voz)
1. CIDADÃO KANE (1941)
Pobre, porém feliz
O milionário Charles Foster Kane (Orson Welles) está morrendo e sua última palavra é “rosebud” (“botão de rosa”). É o ponto de partida para a investigação do repórter Jerry Thompson (William Alland), que vira a vida do ricaço do avesso para tentar entender o que quis dizer em seu leito de morte. Ele jamais descobre quem ou o que era “rosebud”. Mas o público sim: no final do filme, a câmera mostra uma pilha de pertences de Kane sendo queimados – entre eles, o trenó com que brincava na infância… onde estava escrita essa palavra. Era uma referência à época mais feliz da sua vida. Curiosamente, a única em que foi pobre. Cidadão Kane é considerado uma aula de roteiro e direção e foi eleito o melhor filme de todos os tempos pelo American Film Institute
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FONTES Richard Walter, autor de Essentials of Screenwriting e professor de roteiro da Universidade de Los Angeles, Richard Jewell, autor de The Golden Age of Cinemae professor de história do cinema na Universidade da Califórnia do Sul, e Hal Ackermann, leitor de roteiros da Universidade de Los Angeles