Charles Cullen, o enfermeiro que é o maior serial killer dos EUA
Suspeito de ser o maior serial killer da história dos EUA, Charles Cullen preferia matar seus pacientes em vez de tratá-los
–FICHA CRIMINAL
Nome Charles Edmund Cullen (1960-)
Local de atuação Nova Jersey e Pensilvânia (EUA)
Mortes 40 confirmadas e 400 não comprovadas
1) Nascido em Nova Jersey, Cullen teve uma infância e adolescência trágicas. Quando ainda era bebê, seu pai morreu de infarto. Aos 9 anos, Cullen tentou se matar ingerindo produtos de um kit de química, e aos 17 perdeu a mãe e a irmã num grave acidente de carro. Sozinho no mundo, abandonou o colégio.
2) Alistou-se na Marinha dos EUA em 1978. Ingressou como operador de mísseis balísticos de submarinos e de navios, mas depois de alguns anos no cargo começou a apresentar sinais de instabilidade mental. Internado, recebeu alta somente em 1984, depois de se recuperar de sete tentativas de suicídio.
3) Ainda em 1984, matriculou-se em um curso de enfermagem. Suas boas notas lhe garantiram um disputado emprego na unidade de queimaduras de um centro médico. Porém, ele trocou a dedicação à carreira pela prática de furtos de medicamentos, que usava para se drogar ou tentar tirar a própria vida.
4) Foi nesse centro médico que fez suas primeiras vítimas. Entre 1988 e 1992, aplicou overdose letal de insulina em dezenas de pacientes terminais e não terminais, além de contaminar sacos intravenosos. Um investigação movida por autoridades hospitalares apontou Cullen como culpado, mas não reuniu provas suficientes.
5) Demitido, foi contratado por um hospital, onde matou três velhinhas com superdosagens de um medicamento que causa ataque cardíaco. Uma delas teria relatado à própria família que um “enfermeiro sorrateiro” havia injetado algo ruim em seu braço enquanto dormia. Mas o comentário foi tratado como delírio.
6) Em 1993, após se divorciar da esposa e perder a guarda das filhas (ele havia se casado em 1987, um ano antes de começar a matar), o serial killer teve um surto e invadiu a casa de uma colega de trabalho, enquanto ela e o filho dormiam. Após tentar molestá-los, o enfermeiro foi denunciado à Justiça, que expediu um pedido de internação por alguns meses para que ele tratasse seu quadro de depressão.
7) Apesar do histórico de instabilidade emocional e das suspeitas de assassinatos por agressão física, envenenamento, asfixia e falta de cuidados, ele continuou a trabalhar em Nova Jersey e na Pensilvânia. Os hospitais dos EUA sempre enfrentaram escassez de profissionais e nunca se preocupavam em checar antecedentes.
8) Em 2002, porém, Cullen foi flagrado no trabalho violando e consumindo medicamentos. O inquérito médico o forçou a se demitir. Na sequência, sete ex-colegas alertaram a polícia sobre suspeitas de que Cullen aplicava drogas para matar pacientes. Mas, novamente por falta de provas, a denúncia foi arquivada.
9) Em 2003, já em outro hospital, Cullen foi detectado pelo sistema de computador acessando os prontuários de pacientes que não eram seus. Depois, colegas o viram apanhando remédios que não haviam sido prescritos. Após alguns óbitos por overdoses estranhas, a instituição conseguiu coletar evidências suficientes contra o assassino.
QUE FIM LEVOU?
Cullen admitiu os crimes e, desde 2003, cumpre pena perpétua pelo assassinato de 40 pessoas. Mas, segundo analistas, o total de vítimas pode chegar a 400.
FONTES Livros The Good Nurse: A True Story of Medicine, Madness and Murder, de Charles Graeber; sites The New York Times e Associated Press; programa 60 Minutes (CBS News)