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Como é feito um álbum de figurinhas?

Veja como é feito um álbum de figurinhas

Por Pedro Proença
Atualizado em 22 fev 2024, 11h32 - Publicado em 7 jun 2010, 18h40

1- Primeiro, a editora que vai lançar o álbum reúne sua equipe de marketing e criação para a escolha do tema. Em geral, esse processo é acompanhado de uma pesquisa de mercado, e, quase sempre, decide-se por algo voltado para o público infantil, como filmes e desenhos

2- Escolhido o tema, a editora checa se algum grupo detém os direitos autorais sobre ele. Se for o caso, deve ser feito o licenciamento da obra: paga-se pela permissão de lançar as figurinhas e, em geral, se deve atender a algumas exigências, como o padrão visual do álbum e quais imagens poderão ser utilizadas

Caso nenhuma empresa detenha o direito autoral sobre o tema escolhido, a própria equipe de arte da editora cria as figurinhas

3- Terminada a fase de produção, as figurinhas vão para a gráfica, onde, após ser impressas em grandes pranchas, são cortadas numa guilhotina. Desde 1996, as editoras sediadas em São Paulo – estado que concentra esse tipo de negócio – são obrigadas por lei a imprimir todas as estampas em igual número. Com isso, não rola mais aquela história de algumas figurinhas serem difíceis de achar, pois saiam em menor número

A figurinha mais difícil da história é a do jogador de baseball americano Honis Wagner, que vinha em maços de cigarro no início do século 20 e foi vendida por um 1,65 milhão de dólares!

4- Antes de ir para o pacotinho, os cromos são embaralhados segundo um sistema matemático que evita a repetição da mesma figurinha no envelope – a taxa de erro fica por volta dos 2%. Com isso, se evita que o consumidor fique se enchendo de estampas repetidas

5- O envelopamento é feito em máquinas que, em geral, dispõem os cromos em quatro pilhas, das quais eles vão sendo tirados para então seguir por uma esteira até ser envolvidos pelo pacotinho (que normalmente vem com quatro estampas)

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Para evitar que ninguém fique com o álbum incompleto por falta de figurinhas, em geral, cada cromo é produzido na proporção de cerca de 140 estampas por álbum

6- Por fim, os pacotinhos são distribuídos para as bancas. É aí que entra o consumidor, que vai se empenhar em completar o álbum. Quanto tempo (e dinheiro) vai levar? Bom, supondo que temos um álbum de 200 cromos, e que, por dia, a pessoa compre 4 pacotes (com quatro estampas) – a 0,50 centavos cada -, ela levará 72 dias, comprará 295 envelopes e gastará 147 reais para fechar a coleção*

Estima-se que o álbum de maior sucesso até hoje seja o da Copa de 2006, que teria vendido 140 milhões de envelopes (de cinco cromos cada) – ou seja, 700 milhões de figurinhas!

* Para a realização dos cálculos, consideramos que os pacotes não contenham repetições e que a pessoa não tenha feito troca de figurinhas com os amigos

Ô, FIGURA!!!

De estampa com textura de pelo de cachorro a imagens supernojentas, rola de tudo no universo das coleções

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Já o Calafrio, de 1989, vinha com cromos macabros e mórbidos, como a figurinha de um garoto decapitado e segurando a própria cabeça, junto dos dizeres “Pedrinho, onde está com a cabeça?”

Depois de estourar nos EUA – onde virou até filme -, o álbum Gang do Lixo foi lançado no Brasil em 1990 e virou mania entre a galera com suas figurinhas pra lá de escatológicas e cheias de trocadilhos infames

Outro sucesso de 1989 foi o álbum Filhotes Fofinhos, que, além das dezenas de fotos fofas de filhotinhos, trazia muitas figuras com textura de pelo de cachorro!

A coleção de cromos do bonachão e guloso Garfield, lançada em 2007, venho com uma novidade de dar água na boca: figurinhas que tinham cheiro de vários rangos, como café e lasanha!

BAFO RUIM

Ditaduras também já usaram as estampas para difundir seus ideais nada inocentes

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Em 1936 Adolf Hitler também invadiu o mundo das figurinhas, com um álbum de 138 cromos em que aparece em poses informais e familiares, como lendo jornal ou esquiando

Ódio estampado

Mussolini também entrou na onda dos cromos durante a 2ª Guerra, com o lançamento de um álbum que retratava os confrontos e exaltava o poderio militar dos italianos

Pacotinho ufanista

Outro regime autoritário a aproveitar o filão das figurinhas foi a ditadura militar brasileira, que viu seu ideário ufanista ser propagandeado em vários álbuns lançados ao longo da década de 1970

– As figurinhas surgiram em 1867, na exposição universal de Paris, onde cada pavilhão tinha seus próprios cromos

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– Em 1872, os cromos passaram a ser distribuídos junto com o extrato de carnes belga Liebig. A partir daí, vários produtos serviram de “envelope” para eles, como maços de cigarro, sabonetes e chicletes

– No Brasil, as primeiras estampas documentadas são de 1895, de imagens sobre a Marinha que vinham em maços de cigarro

– Mas um álbum mesmo só surgiu em 1934 – os cromos de A Hollandeza acompanhavam as balas feitas pela empresa de mesmo nome

– Os cromos autocolantes estrearam em 1971, com o livro ilustrado do campeonato italiano. No Brasil, foi só em 1979, com a coleção Amar é…

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