Como era um campo de extermínio?
Quase todos os campos de extermínio foram construídos na Polônia. O maior deles, o de Auschwitz, nasceu em 1940 em uma região rural no sul do país
Era uma verdadeira usina da morte, montada pelos nazistas durante a Segunda Guerra para promover a aniquilação em massa de pessoas indesejáveis na Alemanha e nos territórios invadidos.
A função básica desses lugares era o assassinato coletivo de judeus e outros grupos considerados “anti-sociais” – ciganos, dissidentes políticos, prisioneiros de guerra, homossexuais, deficientes físicos e mentais, andarilhos e mendigos. Sabe-se que a matança em massa de judeus começou em 1941. “A morte era sempre por gás venenoso.
Em Chelmno, o primeiro dos campos de extermínio, havia furgões adaptados, em que o monóxido de carbono do escapamento entrava no interior do veículo e matava seus ocupantes”, afirma o historiador Ney Vilela, da Unesp de Bauru.
Quase todos os campos de extermínio foram construídos na Polônia. O maior deles, o de Auschwitz, nasceu em 1940 em uma região rural no sul do país. Ocupando uma área de 40 km2, Auschwitz era um misto de campo de concentração – que servia de prisão para inimigos dos nazistas -, campo de trabalho escravo e campo de extermínio. O total de mortos nesses lugares é incerto, mas pode ter chegado a 3,8 milhões de pessoas, 1,1 milhão em Auschwitz.
Os assassinatos coletivos só acabaram com a derrocada alemã, em 1945. Calcula-se que 80% das pessoas envolvidas nesses crimes escaparam de qualquer punição.
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Arquitetura da destruição
TERMINAL DA MORTE
A estação de trem era a porta de entrada para Auschwitz, misto de campo de concentração, de extermínio e de trabalhos forçados. Os passageiros chegavam em vagões de carga superlotados, sem água, nem comida e em condições precárias de higiene – um balde em cada vagão servia de latrina
MORTOS-VIVOS
Depois de desembarcar, os prisioneiros tinham seus bens confiscados e eram examinados por médicos. Os mais fortes iam para a área de trabalhadores escravos. Mas entre 70% e 75% dos recém-chegados eram mandados direto para a morte nas câmaras de gás
CASA DO DESESPERO
A maioria dos prisioneiros de Auschwitz ficava em um dos 300 prédios de “moradia” do complexo. Infestados de ratos e vermes, esses ambientes abafados e sem água corrente abrigavam até mil presos cada um, que dormiam de lado para caber em camas coletivas de madeira para dez pessoas
DE VOLTA AO PÓ
Depois da asfixia, os corpos dos mortos seguiam para a cremação em fornalhas. A fumaça da queima deixava o complexo com um cheiro de carne queimada, enquanto as cinzas eram pulverizadas ou usadas em plantações. Estima-se que 4 700 pessoas podiam ser cremadas por dia em Auschwitz
GÁS FATAL
A morte acontecia em 4 câmaras de gás subterrâneas – as vítimas eram mandadas prá lá com a desculpa de que iam tomar um banho de desinfecção. De chuveiros falsos no teto saía o gás venenoso zyklon B, usado como inseticida. A asfixia durava de 3 a 20 minutos e podia matar até 2 mil pessoas por câmara
DÁ CÁ O TEU
Numa área junto ao campo principal de Auschwitz ficava um depósito onde se armazenavam os bens confiscados dos prisioneiros – sapatos, roupas, jóias, dinheiro, óculos ou qualquer objeto de valor. A maioria dessas coisas era mandada para os nazistas na Alemanha
MEDICINA MACABRA
Vários tipos de barbaridades médicas rolaram em Auschwitz. Prisioneiros foram infectados com doenças contagiosas, grávidas tiveram o útero destruído, crianças receberam produtos químicos nos olhos (aparentemente para mudar sua cor) e cadáveres foram dissecados para testes genéticos
JÁ PRO PAREDÃO
Nos barracões conhecidos como “quarteirão da morte” ficavam detidas as pessoas que perturbassem a ordem em Auschwitz. Lá dentro, os prisioneiros eram torturados e submetidos a julgamentos sumários. Depois, eram fuzilados no muro de execução, uma parede perto dos barracões
VELÓRIO ROUBADO
Quando todas as vítimas estavam mortas, alguns dos próprios prisioneiros entravam na câmara usando roupas especiais para retirar os mortos. Em seguida, usavam-se maçaricos para derreter o ouro das obturações de dentes dos mortos, produzindo de 5 a 10 quilos do metal por dia