Todo corpo sólido, a uma temperatura acima do zero absoluto (-273 graus Celsius), emite radiação infravermelha, que possui um comprimento de onda invisível ao olho humano. Ao converter essa radiação em luz visível, alguns equipamentos permitem, por exemplo, que um observador enxergue no escuro. O princípio de funcionamento de uma câmera em infravermelho é semelhante ao do aparelho comum. A luz entra e é concentrada sobre uma placa revestida de algum metal semicondutor. Cada ponto da placa corresponde a um pixel (abreviação de picture element, elemento mínimo que compõe uma imagem) no visor ou na tela do computador. “Quando a luz incide sobre a superfície interna, ela arranca elétrons do metal, gerando um pulso de corrente, em um fenômeno conhecido como efeito fotoelétrico”, diz o físico Cláudio Furukawa, da Universidade de São Paulo (USP).
O sinal elétrico de cada um desses pontos é processado e convertido em uma imagem monocromática – as cores podem ser acrescentadas depois, de acordo com a intensidade do sinal recebido. A luneta infravermelha, equipamento introduzido na Segunda Guerra Mundial, permite enxergar à noite tudo o que esteja num raio de 100 metros.
Partículas atômicas fazem a conversão de radiação infravermelha em luz visível
1. A luz infravermelha entra na câmera fotográfica e incide sobre uma superfície metálica, retirando elétrons desse material
2. Atrás da placa fotoelétrica, uma malha de sensores capta os pulsos elétricos e transmite o sinal a uma tela. Este é transformado em luz visível e compõe a imagem a partir de minúsculos pontinhos