Embora o extrato de pimenta já fosse usado por samurais para causar cegueira temporária nos inimigos há pelo menos 500 anos, o formato em aerosol atual surgiu nos EUA em 1973. Inicialmente usado por carteiros e caçadores para incapacitar animais, hoje o spray é mais empregado pela polícia para conter tumultos. Tal como o gás lacrimogêneo, o spray de pimenta é considerado uma forma de tortura pela Anistia Internacional, mas seu uso é liberado na maioria dos países. Em tese, o uso de spray por policiais é só para autodefesa ou submissão de indivíduos que resistam à intervenção policial.
1. O spray funciona como qualquer outro. Dentro dele há um líquido em alta pressão. No topo, há uma válvula que, quando apertada, coloca esse líquido em contato com o ambiente. Como a pressão externa é menor, o líquido se expande e foge pelo tubo plástico, sendo expelido em alta velocidade
2. O spray contém capsaicina, componente ativo das pimentas. Em mamíferos, quando ingerida, essa substância ativa as terminações nervosas sensíveis à dor e à temperatura. Dentro da lata do spray de pimenta encontramos um extrato feito com a própria planta, pressurizado e misturado a uma espécie de óleo sintético, que dificulta a remoção da substância após a aplicação.
3. Na pele, o spray estimula a liberação de substâncias anti-inflamatórias e vasodilatadores, podendo causar vermelhidão e inchaço facial. Nos olhos, ocorre lacrimejamento e possível cegueira por 30 minutos. A exposição constante pode alterar a sensibilidade da córnea. Nas mucosas do nariz e da boca, a duração e a intensidade dos efeitos variam de acordo com a área afetada e o tempo de exposição. A ardência pode durar horas. Por fim, na respiração, dependendo da exposição, os brônquios se contraem, limitando a capacidade pulmonar
4. A potência da capsaicina é medida pela Escala de Scoville (Scoville heat units) ou SHU. Quanto maior o valor, maior a quantidade de capsaicina e, portanto, maior a intensidade do efeito da pimenta
FONTES The New Yorker e HowStuffWorks