Como funciona uma plataforma de petróleo no mar?
Existem dois tipos principais de plataformas de petróleo no mar: as de perfuração e as de produção. As do primeiro grupo servem para encontrar o óleo em poços ainda não explorados, uma tarefa nada fácil, que tem início com uma série de pesquisas geológicas e geofísicas que localizam bacias promissoras e analisam os melhores pontos […]
Existem dois tipos principais de plataformas de petróleo no mar: as de perfuração e as de produção. As do primeiro grupo servem para encontrar o óleo em poços ainda não explorados, uma tarefa nada fácil, que tem início com uma série de pesquisas geológicas e geofísicas que localizam bacias promissoras e analisam os melhores pontos para perfurá-las. Mesmo assim, ninguém pode garantir a real existência de petróleo. No fim das contas, menos de 20% dos poços perfurados são aproveitados.
As plataformas de produção, por sua vez, entram em cena quando um poço já foi descoberto e está pronto para ser explorado. São elas que efetivamente extraem o petróleo localizado no fundo do mar, levando-o à superfície, onde o óleo é separado de outros compostos, como água e gás. Dependendo da profundidade em que se encontra o poço, podem ser construídos dois tipos de plataforma de produção: as fixas e as flutuantes (chamadas de semi-submersíveis). As fixas são instaladas em águas rasas (até 180 metros) e ficam ligadas ao subsolo oceânico por uma espécie de grande “pilar”. Já as flutuantes possuem cascos como os de um navio e servem para explorar poços que se localizam em lugares muito profundos. Na bacia de Campos, por exemplo, no Rio de Janeiro, o petróleo é retirado em águas que chegam a quase 2 mil metros de profundidade.
Hoje o Brasil possui um total de 93 plataformas de produção em alto-mar, entre fixas e flutuantes. Juntas, elas são responsáveis por aproximadamente 85% de todo petróleo extraído por aqui. Graças a tais plataformas, até o final desta década o país deverá ser auto-suficiente na produção do produto.
Plataformas flutuantes parecem navios e extraem óleo a quase 2 mil metros de profundidade
1. BÓIAS GIGANTES
A plataforma flutuante fica apoiada sobre dois grandes cascos, que têm cerca de 50 metros de altura. Aproximadamente metade do casco fica sob a água, abaixo da ação das ondas, o que garante maior estabilidade. Em seu interior, elevadores dão acesso a tanques de combustível, reservatórios de água e caixa de esgoto
2. CENTRAL SUBMARINA
No solo oceânico, na boca do poço de petróleo, fica um conjunto de válvulas chamado de “árvore de natal”. Ela centraliza as tubulações que penetram no subsolo em vários pontos do campo de extração. Da “árvore de natal” parte para a plataforma a mistura de gases, petróleo e água que sai do poço, numa ligação que pode ter mais de 2 quilômetros de extensão
3. ROBÔ-MERGULHADOR
Antigamente, mergulhadores vistoriavam as tubulações e os cascos. Hoje, a maior parte do trabalho de inspeção e manutenção é feito por pequenos robôs que enviam imagens para os técnicos. A limpeza interior das tubulações também é feita com monitoramento remoto
4. LANÇAR ÂNCORAS!
Apesar de não ter um pilar ligando-a ao solo oceânico, a plataforma flutuante não fica solta no mar. Âncoras especiais, encravadas 30 metros no subsolo, são usadas para mantê-la fixa. Os cabos de ancoragem são feitos de poliéster, um material flexível que ajuda a amenizar o peso sobre a plataforma. Correntes de aço são usadas apenas no começo e no fim dos cabos
5. MORADIA TEMPORÁRIA
Na área mais segura da plataforma – perto do heliponto fica o setor de moradia. Além de alojamentos, ele tem restaurante, sala de TV ou cinema, salão de jogos e algumas vezes espaço até para uma quadra de esportes. Sempre há cerca de 150 funcionários trabalhando na plataforma. Eles passam 14 dias no mar e depois ganham 21 dias de folga em terra firme
6. SEPARAÇÃO INDUSTRIAL
A plataforma de produção se assemelha a uma refinaria. Assim que a mistura de água, gás e óleo que vem do poço oceânico chega até ela, uma série de equipamentos separa esses substâncias. A água é devolvida para o mar e o petróleo e o gás natural são mandados para a costa. Os gases não aproveitáveis queimam naquela chama eterna que se vê nas plataformas
7. CAMINHO GASOSO
O gás natural separado na plataforma é levado até a costa por meio de dutos fixados no fundo do mar e que chegam a percorrer distâncias de até 120 quilômetros. O petróleo também pode ser transportados por tubulações semelhantes, mas muitas vezes, por conta de custos, opta-se pelo uso de imbarcações para escoar o óleo extraído
8. ARMAZÉN AQUÁTICO
Quando o petróleo não segue para a costa por um oleoduto, ele é estocado em um navio que funciona como um grande armazén aquático. Com o uso de correntes, ele é fixado a cerca de 2 quilômetros da plataforma e recebe dela (por uma tubulação) o petróleo extraído. Uma vez por semana, um navio menor alivia o estoque e leva o produto para a costa