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Como o petróleo se transforma em tantos produtos?

O segredo é saber extrair do ouro negro tudo o que ele já tem.

Por Redação Mundo Estranho
Atualizado em 22 fev 2024, 11h04 - Publicado em 18 abr 2011, 18h53

Petróleo

O segredo é saber extrair do ouro negro tudo o que ele já tem. Em seu estado natural, o petróleo é um líquido pastoso que traz uma mistura de gasolina, diesel, querosene, gases liquefeitos e um monte de outros óleos. O que as refinarias fazem é separá-los dessa massa bruta. Como cada produto tem um ponto de ebulição diferente, basta aquecer o petróleo para retirar seus derivados. A40ºC, o vapor que aparece é o GLP, o famoso gás de cozinha. Quando a temperatura vai a 100ºC, o vapor é de gasolina, e assim por diante. Depois, cada um desses vapores é transformado em líquido e retirado por tubos da chamada torre de destilação, onde os derivados do óleo são separados.

Muitas vezes, entretanto, é preciso ir mais longe até chegar ao produto final, O próprio combustível do carro, por exemplo, não é exatamente a gasolina que sai desse processo. “Só entre 20% e 30% da gasolina é obtida diretamente pela destilação.

A maior parte surge com o processamento de outras partes menos valiosas do petróleo”, diz o engenheiro químico Juarez Perissé, da Petrobrás. Nessa hora, entra em cena o chamado processo de “quebra” dos derivados, capaz de transformar resíduos da mistura em gasolina e gás, por exemplo. A estratégia é eliminar a diferença fundamental entre os derivados: o tamanho de suas cadeias ou agrupamentos de carbono. Há os “leves”, como a própria gasolina, que têm cadeias pequenas, com cinco a 12 átomos de carbono cada. Já os “pesados”, como o diesel e o óleo combustível, têm até 70 átomos. Por meio de tratamentos com produtos químicos, os técnicos conseguem dividir as cadeias maiores de resíduos, formando várias cadeias pequenas. E essa facilidade de recombinar os agrupamentos de carbono que faz com que o petróleo seja base de tantos produtos.

MERGULHE NESSA

NA INTERNET:

https://science.howstuffworks.com/oil-refining.htm

www.petroleum.co.uk/education/coryton/page7.htm

Divisão que rende
Após ser destilado, o líquido negro dá origem a centenas de derivadosAQUECENDO A MISTURA

O processo de separação de produtos começa em grandes caldeiras, onde o petróleo é aquecido até se transformar totalmente em vapor. Essa fumaça vai então para a chamada torre de destilação, que tem capacidade para processar até 40 Milhões de litros de óleo por dia. Lá o vapor é resfriado a temperaturas diferentes e vira líquido. No final, um conjunto de tubulações retira cada um dos derivados

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GÁS E PLÁSTICOS

O derivado mais leve – que justamente por isso é retirado da parte mais alta da torre – é o GLP, o gás liquefeito de petróleo. Esse produto de apenas três ou quatro átomos de carbono e usado como gás de cozinha e propelente de Aerossóis, além de servir de base para a fabricação de diversos tipos de plásticos

TANQUE CHEIO

A gasolina propriamente dita é derivada das chamadas naftas pesadas, substâncias com cadeias de cinco a 12 átomos de carbono, obtidas a cerca de 100ºC. Mas apenas 20% do combustível dos postos tem essa origem. O resto é formado por naftas leves, com cinco a nove átomos de carbono, destiladas diretamente ou a partir de resíduos

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DERIVADO ELASTÍCO

Além de ser usado como solvente o benzeno é a principal matéria-prima para o náilon. Sua estrutura de seis átomos de carbono forma um plástico que pode ser derretido e moldado com facilidade. E é a partir desse material que são construídas fibras elásticas, que servem para roupas, bolsas e até cordas de violão

COMBUSTÍVEL LIMPO

Entre todos os subprodutos do petróleo, o querosene é um dos mais limpos. Afinal, a queima de seus nove a 16 átomos de carbono gera pouquíssima fumaça e praticamente nenhuma fuligem. Como quase não tem resíduos, ele não deixa rastros nem danifica motores ou turbinas. Por isso, é o combustível preferido para impulsionar aviões a jato

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PRODUTO ROBUSTO

A 260ºC e a 340ºC saem, respectivamente, o diesel leve e o diesel pesado. Os dois são usados na fabricação do diesel comercial, que tem de 12 a 22 átomos de carbono. Perfeito para motores de caminhões, tratores e navios (fortes e de alto torque), o diesel é o combustível mais usado no país. Só nas refinarias da Petrobrás, 35% do petróleo é transformado nesse óleo

BEIJO OLEOSO

A partir de 360ºC, sobram no fundo da torre subprodutos com mais de 70 átomos de carbono. Por meio de processos físico-químicos, suas cadeias são quebradas e dão origem a substâncias mais valiosas, como as naftas leves recombinadas, que com seus cinco a nove átomos do carbono fornecem a textura plástica das películas de batom e de outros cosméticos

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RESÍDUO RARO

Outro derivado que aparece nos resíduos é o óleo lubrificante, essencial para o funcionamento de qualquer tipo de motor. No Brasil, entretanto, esse produto que possui entre 20 e 50 átomos de carbono é bastante difícil de ser encontrado. Isso porque ele só aparece em tipos raros de petróleo, presentes principalmente nas reservas de países do Oriente Médio

BARATO E SUJO

Também processado a partir de resíduos, o gasóleo pesado ou óleo combustível tem suas longas cadeias de 20 o 70 átomos de carbono quebradas para se transformarem em óleo diesel e em gasolina. Em estado bruto, é um combustível barato utilizado em máquinas Industriais. A grande desvantagem é que sua combustão libera uma grande quantidade de fuligem

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TUDO SE APROVEITA

Derivados residuais menos nobres, com mais de 70 átomos de carbono, sobram em grande quantidade. Mesmo essas substâncias são aproveitadas, servindo, por exemplo, para a fabricação de asfalto de ceras e de combustíveis de queima lenta, como o coque, usado em aquecedores residenciais e industriais no hemisfério norte.

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