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Como o rio Tietê ficou poluído?

Veja o caminho que o rio percorre e os pontos em que a poluição é mais crítica

Por Gisela Blanco
Atualizado em 22 fev 2024, 11h34 - Publicado em 3 set 2009, 18h19
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  • O estrago no rio mais importante do estado de São Paulo, com 1 150 quilômetros de extensão, começou na década de 1920. “Com as obras para tornar as margens retas na capital para construir pistas, as pessoas pararam de frequentar o rio e ele foi virando um depósito de lixo”, diz Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica. Desde então, esgoto, resíduos industriais e todo tipo de porcaria contribuíram para tornar o Tietê um dos mais nojentos do mundo. Ainda bem que o rio é um morto vivo: depois de apodrecer, renasce à medida que se afasta da capital. :-F

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    OPERAÇÃO LIMPEZA

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    Esgoto tratado pode ajudar a despoluir o rio

    Todo o esgoto doméstico, tratado ou não, em algum momento vai parar nos rios. Já que isso não dá para mudar, o projeto de despoluição do Tietê comandado pela Sabesp (empresa de saneamento do estado de São Paulo) quer ampliar a rede de tratamento de esgotos para a população que vive em torno do rio. Em 1990, apenas 24% do esgoto em São Paulo era tratado. Em 2009, já era 68%. Nesse período, a extensão da faixa de rio completamente poluído diminuiu mais de 200 quilômetros

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    LAVANDO A ROUPA SUJA

    Como o rio que nasce limpo fica imundo, morre e renasce

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    NASCENTE EM SALESÓPOLIS

    Nesta cidade no interior paulista, a água brota limpa e transparente por entre pedras, dentro da reserva ambiental Parque Nascentes do Rio Tietê. Em plena serra do Mar, a nascente fica a 1 027 metros de altitude. Dá para encontrar peixes, plantas e vários animais vivendo no rio ou ao redor dele. Quem for mais corajoso pode até beber a água…

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    BIRITIBA MIRIM

    Neste trecho já há vestígios de poluição, mas a maior parte dela ainda é orgânica. O maior estrago aqui é feito por agrotóxicos e fertilizantes jogados na água por fazendeiros da região. Eles literalmente fertilizam a água (principalmente quando contém fosfato) e fazem as plantas aquáticas proliferar e competir com os peixes e outros seres vivos por oxigênio

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    MOGI DAS CRUZES

    Aqui a casa começa a cair: o rio começa a receber esgotos domésticos das cidades da região. Os dejetos chegam à água sem tratamento nenhum, fator que mais contribui para a poluição. Imagine a descarga dos 362 mil moradores de Mogi indo parar direto no rio. Resultado: neste pedaço, são despejadas cerca de 60 toneladas de esgoto por dia

    GUARULHOS

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    Na Grande São Paulo, são 680 toneladas de esgoto (medidas em oxigênio necessário para consumir a poluição) diárias. A partir daqui, são 100 quilômetros de rio morto: com a sujeira, nenhum peixe ou planta sobrevive – sobram apenas bactérias anaeróbias. Neste trecho, o rio também fica paradão. Como sua largura e profundidade foram diminuídas, a vazão é de 114 mil litros por segundo, pouco para um rio desse porte

    PIRAPORA DO BOM JESUS

    Neste trecho, há espumas brancas que se formam quando restos de detergente são agitados pelas cachoeiras. Essas quedas auxiliam o rio a recuperar vida: ajudam a barrar naturalmente a poluição e a movimentar e oxigenar a água, em um processo natural chamado autodepuração. Além disso, novos afluentes jogam um balde de água fria, mas limpa, no Tietê

    CONCHAS

    Com mais oxigênio, voltam a surgir peixes, plantas, algas e micro-organismos. Antes de chegar aqui, o rio ainda recebe água de boa qualidade de afluentes como o rio Sorocaba e o rio Capivari, ganhando cara de rio “normal” novamente. Apesar da poluição remanescente, aqui já há barcos navegando e até quem arrisque nadar nele

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    BARRA BONITA

    Quando chega por aqui, o Tietê já se recuperou do passado negro e virou um belo rio. A qualidade das águas ainda não é ideal, mas, com um bom tratamento, já serve até para abastecer algumas cidades. Mas nada é perfeito. Daqui até chegar à sua foz, no rio Paraná, na bacia do Baixo Tietê, em mais 600 quilômetros de curso, não há medição sistemática da poluição, apenas controles esporádicos

    TIETERMÔMETRO

    Saiba como o Índice de Qualidade de Águas (IQA) mede a sujeirada do rio

    OXIGÊNIO DISSOLVIDO (OD)

    Quanto menos oxigênio, mais poluído

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    DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO (consumo de oxigênio pela água)

    Quanto mais alta, mais poluído

    COLIFORMES TERMOTOLERANTES (grupo de bactérias encontradas no cocô)

    Quanto mais alto, mais poluído

    NITROGÊNIO AMONIACAL (NH4)

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    Encontrado na urina, no esgoto doméstico e nos agrotóxicos. Quanto mais houver, mais poluição

    FÓSFORO

    Também encontrado no esgoto, nos saponáceos (detergente, sabão) e nos agrotóxicos. Quanto mais, mais poluído

    TURBIDEZ

    Tudo quanto é sujeira sólida, terra e sedimentos vindos de assoreamento. Quanto mais, mais poluído

    RESÍDUO

    Assim como a turbidez, são de sujeiras dissolvidas na água. Quanto mais, mais poluído

    TEMPERATURA E PH

    Isoladas, não têm influência direta na poluição

    LEIA MAIS

    – Quais são os rios mais ameaçados do mundo?

    – O que é chuva ácida?

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