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Como se define uma espécie biológica?

O que aprendemos na escola é que dois indivíduos são considerados da mesma espécie quando seu acasalamento produz filhos férteis, certo? Errado!

Por Redação Mundo Estranho
Atualizado em 22 fev 2024, 10h54 - Publicado em 18 abr 2011, 18h58

As coisas não são mais tão simples assim. “Hoje em dia são conhecidos muitos casos de animais e plantas de espécies diferentes que deixam descendentes férteis. Isso acontece com algumas moscas, por exemplo”, afirma a bióloga Francisca Carolina do Val, do Museu de Zoologia da USP.

Que critérios restam, então, para distinguir uma espécie da outra? Um dos mais básicos é a chamada morfologia: diferenças na cor, no tamanho e no aspecto geral do organismo, tanto em seu exterior quanto em suas estruturas internas. Esses parâmetros, porém, não bastam – se fôssemos só por eles, ficaria difícil classificar um pastor alemão e um poodle como membros da mesma espécie. Deve-se, portanto, observar também diferenças comportamentais, como o fato de o animal viver sozinho ou em bando, ter hábitos diurnos ou noturnos etc.

Outro critério é o fisiológico, que busca particularidades no funcionamento de cada organismo – como o tipo de alimento com que ele se dá bem. Existe ainda o critério ecológico, segundo o qual seres parecidos, mas que vivem em regiões com pouco ou nada em comum (um deserto e uma floresta, por exemplo), são considerados diferentes. Tudo isso mostra que a classificação das espécies evoluiu bastante desde que foi introduzida, há mais de dois séculos, pelo botânico sueco Carlos Lineu (1707-1778).

Parentes próximos e distantes
Classificação biológica dos seres obedece a oito diferentes categorias

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ESPÉCIE

Cavalos, zebras e burros até que são bem parecidos, mas suas peculiaridades físicas (listras nas zebras, orelhas compridas nos burros etc.) e os diferentes ambientes em que vivem são suficientes para que os biólogos os classifiquem em espécies distintas

GÊNERO

As três diferentes espécies acima são de eqüinos – ou seja, pertencem ao gênero Equus, como se pode ver pelo nome científico de cada uma, em latim

FAMÍLIA

Todos os membros do gênero Equus pertencem à família Equidae (ou Eqüídeos), cuja característica é possuir apenas um casco em cada pata

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ORDEM

Toda a família Equidae pertence à ordem dos perissodátilos, formada por herbívoros com um ou mais dedos em forma de casco em cada pata. Isso o cavalo, a zebra e o asno têm em comum com a anta e o rinoceronte. O ser humano é da ordem dos primatas

CLASSE

Todos os membros da ordem dos perissodátilos são da classe dos mamíferos – junto conosco, seres humanos, e todos os outros animais nutridos na infância por leite materno. Outra característica típica da classe são os pêlos

SUBFILO

Todos os mamíferos pertencem ao subfilo dos vertebrados, animais que têm coluna vertebral. Isso nós e os eqüinos temos em comum até com os peixes e os sapos. Existem cerca de 45 mil espécies de vertebrados

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FILO

Todo vertebrado pertence ao filo dos cordados – isto é, têm notocorda, tecido gelatinoso revestido por uma membrana dura, como a espinha dorsal. Poucos cordados, aliás, são invertebrados: só alguns primitivos animais marinhos

REINO

Todos os cordados pertencem ao reino animal – porque são capazes de se movimentar espontaneamente. Isso não acontece com os outros reinos: vegetal, fungos, monera (bactérias e algas azuis) e protista (outras algas e protozoários)

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