O segredo para que esses objetos permaneçam no espaço, girando ao redor da Terra, é o “empurrão” dado pelos foguetes que colocam os satélites em órbita. Depois de subir ao espaço, um estágio propulsor acelera o satélite a uma velocidade que não seja tão pequena para que ele caia na Terra nem tão grande para que ele escape da gravidade do planeta. “Se a velocidade for aplicada corretamente, o satélite tenta se afastar continuamente da Terra em direção ao espaço, mas ao mesmo tempo é puxado de volta pela gravidade. O resultado é como se ele estivesse sempre caindo, mas sem tocar a superfície do planeta, descrevendo uma trajetória circular ao redor do globo”, afirma o engenheiro Petrônio Noronha de Souza, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). No quadro abaixo, mostramos o princípio que mantém os satélites no ar, elucidado ainda no século 17 pelo físico e matemático inglês Isaac Newton.
1. A velocidade é o elemento-chave para pôr um satélite em órbita. Se for impulsionado a uma velocidade muito baixa, ele cai logo, “puxado” pela gravidade da Terra
EXEMPLO – Se a velocidade de impulso for de, digamos, 10 km/h, ele cai depois de percorrer apenas 687 metros no espaço
2. Se a velocidade com que se atira o objeto for maior, ele irá cair cada vez mais longe. Mas, se o impulso não for suficiente para o satélite dar uma volta na Terra, ele não estará em órbita
EXEMPLO – Se a velocidade de impulso for de 10 000 km/h, ele se choca com a superfície depois de percorrer 754 quilômetros no espaço
3. Agora, sim, nosso satélite entrou em órbita. No nosso exemplo, ele está a 300 km da superfície. Se for menos do que isso, a atmosfera é mais densa e a resistência do ar “breca” o movimento do satélite
EXEMPLO – O impulso ideal para o satélite entrar em órbita a 300 km de altitude é de 27 800 km/h
1- CIRCULAR EQUATORIAL OU INCLINADA
ALTITUDE – de 300 a 1 000 km
APLICAÇÃO – Meteorologia e experimentos científicos
VELOCIDADE – 27 800 km/h
2- POLAR
ALTITUDE – 800 km
APLICAÇÃO – Mapeamento
VELOCIDADE – 26 800 km/h
3- GEOESTACIONÁRIA (SEMPRE SOBRE O MESMO PONTO)
ALTITUDE – 35 786 km
APLICAÇÃO – Telecomunicações (TV)
VELOCIDADE – 11 070 km/h (a mesma da Terra)