PERGUNTA Samuel Teres, Joaçaba, SC
Ela acontece quando a luz sofre refração (ou seja, muda de direção) devido a camadas de ar com diferentes temperaturas.
É um fenômeno ótico, que pode até ser fotografado. Não tem nada a ver com o famoso clichê dos desenhos animados em que o personagem enxerga um oásis no meio do deserto (um caso assim seria provavelmente efeito de uma alucinação).
Uma miragem verdadeira é algo até corriqueiro: o caso mais famoso é aquela aparência de molhado que você vê no asfalto em um dia quente. Outro exemplo é a posição do Sol no fim da tarde: como a temperatura do espaço é menor que a da nossa atmosfera, a luz dobra, fazendo com que o astro pareça estar mais “alto” do que realmente está.
1. Tudo o que vemos, a qualquer momento, é sempre luz rebatida. A luz vem de alguma fonte (como o Sol, por exemplo), bate num objeto e é rebatida em diversas direções. Parte desses raios de luz chega aos nossos olhos, e é assim que enxergamos. Outra parte é rebatida para outros lugares, como para o chão, por exemplo.
2. Em um dia de calor, o Sol aquece o asfalto, que aquece o ar acima dele. O ar mais acima, porém, continua mais frio. Ao passar por essas duas camadas com temperaturas distintas, a luz sofre refração, ou seja, muda de direção. Com isso, os raios de luz que rebatem a imagem do céu e deveriam atingir o chão são redirecionados, em parte, para seus olhos.
3. O resultado é que você vê o céu duas vezes: uma pela luz que vai diretamente aos seus olhos, outra pela luz que deveria atingir o asfalto, mas foi redirecionada. Essa segunda imagem se forma abaixo de sua linha de visão, o que faz com que seu cérebro entenda que o objeto (o céu) está no asfalto. É isso que causa aquela aparência de poça d’água
4. Esse exemplo é conhecido como miragem inferior. Existe outro tipo, a superior, que rola na situação inversa, quando o ar sobre a superfície está mais frio do que o ar acima – algo que acontece muito em geleiras. A luz dobra de forma oposta, fazendo com que a segunda imagem se forme acima da sua linha de visão. Na prática, vemos um reflexo distorcido flutuando no ar!
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FONTES Sites How Stuff Works, Planet Science e Science-Based Life
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