Não, as crianças crescem durante todo o dia. Mas a crença de que elas espicham mais enquanto dormem tem sentido: é que nesse período o corpo realmente aumenta a produção do hormônio do crescimento (GH). No entanto, o GH serve apenas de estímulo para a secreção de um outro hormônio: o IGF-1, esse sim responsável por processos importantes no organismo, como a síntese de proteínas nos ossos e nos músculos e a absorção de nutrientes. “Uma vez estimulado, o IGF-1 age 24 horas por dia”, diz a neuroendocrinologista Ana Maria Lengyel, da Unifesp. Por isso não dá para dizer que haja picos de crescimento.
Uma coisa é certa: dormir bem é fundamental para o funcionamento desses hormônios. E, como estão em desenvolvimento, crianças e adolescentes precisam descansar mais que os adultos. A quantidade ideal varia de pessoa para pessoa. “O importante é que ela acorde animada e fique bem disposta”, diz o endocrinopediatra Durval Damiani, do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas, em São Paulo.
Mas mesmo noites de rainha não garantem altura de modelo a ninguém, Sabrina. O crescimento depende de uma série de fatores, como alimentação adequada, exercícios físicos regulares e condições emocionais favoráveis. Tudo isso dá uma mãozinha à genética, que (infelizmente) é soberana quando o assunto é tamanho.
O GH, o hormônio do crescimento, não é produzido apenas durante a infância e a adolescência. Nos adultos ele também está presente, só que a produção vai diminuindo com o passar do tempo. Para se ter uma idéia, aos 60 anos, uma pessoa secreta só 25% da quantidade do hormônio produzida aos 20 anos. Ainda não se sabe ao certo a função do GH na terceira idade, mas há indícios de que o declínio da sua fabricação esteja associado a sintomas do envelhecimento, como rugas, cabelo branco, aumento da gordura corporal e diminuição da capacidade sexual.