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Lugares assombrados do Brasil, parte 1: Edifício Joelma

Há 40 anos, esse prédio no centro de São Paulo ardeu em chamas, causando 189 mortes. Há quem diga que o local é assombrado por uma maldição do passado

Por Diego Meneghetti
Atualizado em 22 fev 2024, 10h08 - Publicado em 19 dez 2017, 15h31
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(Ico Yuji/Mundo Estranho)

NOVO EM CHAMAS
Um dos incêndios mais trágicos do Brasil rolou em 1º de fevereiro de 1974, causado por um curto-circuito no sistema de ar-condicionado do Edifício Joelma, inaugurado havia dois anos, no centro da capital paulista. Em quatro horas de fogo, a temperatura chegou a 700 oC e, no final, 189 pessoas morreram (queimadas ou ao se jogar do prédio, em desespero). Mais de 300 ficaram feridas.

TERRENO MACABRO
Após investigação, cinco pessoas foram responsabilizadas pelo acidente – nenhuma foi presa. O episódio aconteceu dois anos após outro incêndio na região, no Edifício Andraus. Isso acendeu a especulação de que houvesse uma maldição no terreno do Joelma, já que ele teria sido, no passado, um pelourinho: palco de execução de escravos e criminosos.

 

HERANÇA DO ALÉM
Fechado por quatro anos para reforma, o edifício foi reaberto com o nome Praça da Bandeira. Desde então, funcionários dizem ouvir vozes, além de presenciar espíritos e fenômenos estranhos, como faróis de carros acendendo sozinhos. Durante as filmagens de Joelma 23º Andar, de 1979, um fotógrafo da equipe registrou a cena das mortes. Na foto revelada, há supostos rostos de espíritos que rondavam o set de gravação. Em 2004, uma equipe do então prefeito José Serra trabalhou em uma sala do prédio, mas só depois de o local ser purificado por uma monja budista.

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O CRIME DO POÇO
Antes de o Joelma ser construído, outra tragédia havia ocorrido no terreno, em 1948. O professor Paulo Ferreira de Camargo, 26 anos, matou a mãe e duas irmãs, e escondeu os corpos num poço, no quintal. Ele negou a autoria do crime, embora fosse o principal suspeito. Duas semanas depois, quando a polícia começou a cavar o poço em busca de vestígios, Paulo se matou.

 SEM EXPLICAÇÃO
Até hoje não há consenso sobre o motivo que levou o professor a cometer os assassinatos. O crime ainda provocou outra morte: um dos bombeiros que fizeram o resgate no poço morreu de infecção cadavérica por manusear os corpos sem proteção de luvas. Há quem acredite que o incêndio do Joelma seja fruto de uma maldição relacionada ao Crime do Poço.

 

MENSAGEM DOS MORTOS
Uma das vítimas do Joelma foi a digitadora Volquimar Carvalho dos Santos, que trabalhava no 23º andar. Ela e seus colegas tentaram sair do prédio, mas foram barrados por outros que também tentavam se salvar. A história ficou conhecida devido a uma carta dela, psicografada por Chico Xavier e publicada no livro Somos Seis.

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O MISTÉRIO DAS 13 ALMAS
Nos escombros do Joelma, 13 cadáveres foram encontrados dentro de um elevador. Na época, sem meios de fazer a identificação dessas vítimas, os corpos foram enterrados lado a lado no Cemitério São Pedro, com a lápide “As Treze Almas”. Tempos depois, o zelador do cemitério e alguns visitantes passaram a ouvir gritos e lamúrios vindos das sepulturas. Para “aliviar a dor dos mortos”, eles jogaram água nos túmulos (já que as pessoas morreram queimadas) e os gritos pararam. Desde então, o local atrai devotos, que atribuem às 13 almas várias graças alcançadas e, em gratidão, deixam um copo de água em cima de cada túmulo.

 

CONSULTORIA Angela Arena, pesquisadora e professora de turismo na Faculdade Anhanguera, e Mateus Fornazari, do site Sobrenatural

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FONTES Centro de Estudos Avançados da Conservação Integrada de Recife, Fundação Gilberto Freyre; programas de TV Ghost Hunters International (SyFy); Linha Direta (Globo) e Fantástico (Globo); jornais Diário de S. Paulo, Folha de Pernambuco, Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e O Fluminense; sites G1 e R7; revista VEJA; livros Assombrações do Recife Velho, de Gilberto Freyre, Histórias Mal-Assombradas do Caminho Velho de São Paulo e Histórias Mal-Assombradas do Tempo da Escravidão, de Adriano Messias; e tese de doutorado Trabalho e Cotidiano na Mineração Aurífera Inglesa em Minas Gerais: A Mina da Passagem de Mariana (1863-1927), de Rafael de Freitas e Souza

 

 

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