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Mulheres que mudaram a história: Helena Blavatsky

Ao resgatar antigas religiões do Ocidente e do Oriente, a fundadora da teosofia inspirou o ressurgimento da bruxaria e influenciou os hippies

Por Tiago Cordeiro
Atualizado em 22 fev 2024, 10h06 - Publicado em 5 mar 2018, 17h46

O que foi: Ocultista
Onde viveu: Rússia, Índia
Quando nasceu e morreu: 1831-1891

A Nova Era, o ressurgimento dos cultos pagãos, a prática de bruxaria… Todos esses movimentos do século 20 devem muito a Helena Blavatsky. A mística russa lançou a teosofia, um grupo de estudos e de práticas que misturava a mediunidade, o resgate dos antigos deuses celtas e egípcios e as religiões orientais. Morreu de gripe aos 59 anos, mas deixou um grupo de seguidores muito populares.

Batizada na Igreja Ortodoxa russa, ela nasceu Helena Petrovna von Hahn, na cidade de Yekaterionsoav (hoje parte da Ucrânia). Sua mãe, também chamada Helena, era de família nobre. Seu pai, Pyotr, descendia da aristocracia germânica e atuava como comandante militar do Império Russo. Por isso a família se mudava muito. Entre uma cidade e outra, a jovem aprendeu inglês, francês, piano e dança de salão.

Anos de estudo

O interesse pelo esotérico era antigo: ela dizia ter visões desde criança e ficou muito impressionada ao encontrar livros de ocultismo na biblioteca de seu bisavô materno, o príncipe Pavel Vasilevich Dolgorukov. Ao longo da juventude, teve contato com membros influentes da maçonaria, com quem aprendeu rituais secretos.

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A partir de 1849, começou a viajar pelo mundo – foram nove anos percorrendo a Europa, as Américas e a Ásia. Estudou a religião do Egito antigo e a cabala judaica. Foi parar no Tibete, onde teria tido acesso a uma fraternidade secreta, os Mestres da Sabedoria Antiga. Ali teria recebido seu treinamento psíquico. Desde então, Helena seria capaz de controlar mentes, fazer objetos desaparecerem e projetar o corpo astral para parecer estar em dois lugares ao mesmo tempo.

Edison e Gandhi

Em 1870, ela fez suas primeiras aparições públicas como mística. Dizia ter a missão de divulgar o mundo espiritual para o Ocidente. Ficou especialmente famosa em Nova York, onde chegou em 1873. Encontrou o jornalista Henry Steel Olcott, com quem passaria a viver.

Os dois criaram um espaço para leitura de temas esotéricos, o Miracle Club. Em 1875, fundaram a Sociedade Teosófica. Helena lançou um livro para apresentar as bases do grupo. Ísis sem Véu se tornou um best-seller. A sociedade ganhou a adesão de empresários, como Thomas Edison. Também manteve contato com Mahatma Gandhi, quando ele vivia na Inglaterra.

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Em 1879, Helena começou uma temporada de seis anos vivendo na Índia. Fez tanto sucesso que, em 1885, dos 121 escritórios da sociedade teosófica no mundo, 106 estavam na Índia e nos arredores. A ocultista morreria em 1891 na Inglaterra, seu último destino.

Era uma figura famosa. Inspirou movimentos espiritualistas, muitos fundados por seus seguidores. Seus textos continuaram sendo republicados no mundo todo e ajudaram a moldar o aspecto religioso do movimento dos hippies, nos anos 1960 e 1970.

Dica de livro – O livro Ísis sem Véu, que apresenta as ideias de Helena, está disponível em diferentes traduções.

SEUS MAIORES ACERTOS

  • Conciliou culturas – Helena falava sete idiomas e conheceu dezenas de países. Sua teoria espiritual se apoiou em todas essas tradições diferentes
  • Pregou a união – Numa época em que ainda se acreditava que algumas raças eram mais inteligentes que outras, sua doutrina pregava a irmandade universal
  • Defendeu os indianos – Quando ela viveu na Índia, o país era colônia britânica. Pois afrontou as autoridades ao falar a favor das religiões locais

SEUS MAIORES FRACASSOS

  • Gostava de holofotes – Ela gostava de dar entrevistas, mesmo para veículos céticos. Muitas vezes se contradisse e deu margem para seus críticos
  • Apagou escritos – Ao chegar à casa dos 40 anos, Helena sumiu com seus registros da juventude e começou a falar de seu passado com informações desencontradas
  • Exagerou dados – Para se valorizar, ela disse ter tocado na Orquestra Filarmônica de Londres e lutado ao lado de Giuseppe Garibaldi. Não há provas
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