Pergunta do leitor – Emanuel Martins,
Viamão, RS
É uma palavra ou frase que tem a mesma sequência de letras em qualquer ordem de leitura, seja da esquerda para a direita, seja da direita para a esquerda. Como as palavras “ovo” e “sopapos”, por exemplo. Acentos, cedilhas e pontuações não são considerados para a inversão da leitura. O palíndromo mais antigo do mundo é a frase em latim “Sator arepo tenet opera rotas”, que significa “O lavrador diligente conhece a rota do arado” e foi criado entre os séculos 2 e 5, segundo estimativas dos pesquisadores. A técnica é também vista como uma arte na brincadeira com palavras, utilizada por diversos autores e poetas. “Para mim, eles devem ter significados poéticos, filosóficos, que nos digam coisas”, diz a escritora Marina Wisnik, palindromista desde os 13 anos. Também há palíndromos numéricos – qualquer sequência lida igual nos dois sentidos. O dia 20/02/2002 foi uma data palíndromo que só acontece a cada mil anos.
Via de mão dupla
Confira abaixo frases para ler nos dois sentidos
“Socorram-me, subi no ônibus em Marrocos”
(Autor desconhecido)
“O romano acata amores a damas amadas e Roma ataca o namoro”
(Autor desconhecido)
“Lá vou eu em meu eu oval”
(Marina Wisnik, escritora brasileira)
“A grama é amarga”
(Millôr Fernandes, escritor brasileiro)
“Seco de raiva, coloco no colo caviar e doces”
(Rômulo Marinho, escritor brasileiro)
“Rir, o breve verbo rir”
(Laerte, cartunista brasileiro)
“O azar é de razão
O açude da dedução
O alívio foi vilão
O âmago do gamão”
(Eno Teodoro Wanke, poeta brasileiro)
Em inglês:
“Was it a car or a cat I saw?”
(“Foi um carro ou um gato que eu vi?”, autor desconhecido)
Em espanhol:
“Yo hallé ropa, yo voy a por ella hoy”
(“Eu encontrei a roupa, eu vou vesti-la hoje”, autor desconhecido)
“Sator arepo tenet opera rotas”
(“O lavrador diligente conhece a rota do arado”, em latim. Autor desconhecido)
O palíndromo mais antigo registrado pode ser lido em todas as direções, até de baixo para cima, como mostra o quadro acima
Consultoria Marisa de Almeida, professora de comunicação social e redação do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, e Marina Wisnik, compositora, escritora e arte-educadora, autora do livro de palíndromos SÓS