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O que foi a Reforma Protestante?

Ruptura da Igreja aconteceu meio século atrás

Por Leandro Saioneti
Atualizado em 22 fev 2024, 10h07 - Publicado em 16 jan 2018, 16h18

Foi um movimento religioso que se voltou contra ações e regras da Igreja Católica. O principal agente da Reforma foi o monge alemão Martinho Lutero (1483-1546), que, em 1517, publicou 95 teses que fundamentalmente criticavam a venda de indulgências (quando a Igreja “concedia” o perdão divino a qualquer pessoa que pagasse). O ato deu origem a um processo de ruptura que abalou seriamente o domínio católico na Europa Ocidental e permitiu o surgimento de ramificações do cristianismo, como o luteranismo, a primeira religião protestante.

Reforma-Protestante-1
(André Toma/Mundo Estranho)

VISIONÁRIOS E REVOLUCIONÁRIOS

A Reforma ocorreu no século 16, mas, antes disso, pensadores já condenavam as práticas da Igreja, como o teólogo inglês John Wycliffe (1320-1384) e o filósofo tcheco Jan Huss (1369-1415). Wycliffe quis que a Igreja se limitasse às questões espirituais, deixando a política ao Estado. Já Huss iniciou um movimento baseado nas ideias de Wycliffe e se opôs à venda de indulgências e à riqueza do clero.

O PODER DA GRANA

A Reforma ganhou força nos âmbitos econômico e político porque a Igreja incomodou a nobreza: os senhores feudais tinham que pagar tributos que eram controlados pelo papa. A classe burguesa, por sua vez, também apoiava o movimento, pois ele defendia as ideias de prosperidade e acúmulo de capital, fatores importantes naquele período, marcado pela transição do feudalismo para o sistema mercantil.

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QUEM ESTUDA SABE

O movimento foi apoiado por estudiosos da época. No Renascimento, antes mesmo da insurgência de Lutero, pesquisadores europeus estudaram os primórdios do cristianismo e tiveram acesso a textos bíblicos originais (escritos em grego e hebraico). Tendo em mãos os dogmas antigos, eles começaram a questionar as mudanças e as ações da Igreja.

SANTA BRIGA

A Reforma Protestante também foi apoiada por pensadores e religiosos – incluindo os próprios católicos. Eles identificaram abusos de poder da Igreja Católica, que era fortalecida pelo seu poderio econômico e pela sua influência política e social. Começaram, assim, a questionar a moralidade da Igreja e a pedir mudanças em sua estrutura.

APOIO VIZINHO

Apesar de o alemão Lutero ser a principal figura da Reforma, o movimento também ganhou força em outros países europeus. O padre suíço Ulrico Zwinglio, por exemplo, foi um dos membros mais importantes. Além de criticar a venda de indulgências, ele ainda defendia que os cristãos deveriam seguir os ensinamentos da Bíblia sem a interpretação de padres.

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MEU DIVÓRCIO, MINHAS REGRAS

A Igreja Católica perdeu território quando o protestantismo se espalhou pela Europa e incentivou o surgimento de novas crenças cristãs. A religião anglicana foi criada em 1533, pois o rei inglês Henrique 8º desejava se divorciar da mulher – mas o papa não autorizou a separação. Além de fundar outra religião, o monarca confiscou parte das terras e dos bens católicos

MINHA CIDADE, MINHAS REGRAS

O calvinismo foi outra doutrina popular. Concebida a partir das ideias radicais do advogado francês João Calvino, ela não só rejeitou a autoridade do papa como também defendeu que Deus já predestinava certas pessoas para a salvação. Em 1536, Calvino criou, em Genebra, um sistema de governo baseado nessa crença

FILHOS POPULARES

As dissidências da Reforma propiciaram o surgimento de outras religiões cristãs, como a presbiteriana e a metodista, além das pentecostais e neopentecostais. Hoje, as fés protestantes agregam 784 milhões de fiéis no mundo, enquanto os católicos são 1,4 bilhão. No Brasil, 29% da população é protestante, enquanto 64,6% é adepta do catolicismo

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Fontes Livros Da Reforma à Contrarreforma – O Cristianismo em Crise, de Fernando Seffner, e História do Protestantismo, de Jean Boisset; CNBB e Pew Research Center.

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