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O que são fake news? Como identificá-las?

Na era da supremacia das redes sociais, o fenômeno do "fake" chegou ao jornalismo - com consequências horríveis

Por Felipe Sali
Atualizado em 22 fev 2024, 10h08 - Publicado em 21 dez 2017, 15h03
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  • O FALSO É MAIS DOCE
    Sabe aquela sua tia que enche o grupo de WhatsApp da família com “notícias” pra lá de suspeitas? Ela não está sozinha. O fenômeno das “fake news” (notícias falsas com alta capacidade de viralização) foi tão impactante no ano passado que a Universidade de Oxford elegeu “pós-verdade” como a palavra do ano de 2016. Ela se refere a essas informações tratadas como verdade só por seu apelo emocional, independentemente de serem comprovadas com fatos concretos.

    INFLUENCIANDO A POLÍTICA
    Nos últimos três meses da campanha à presidência dos EUA, as notícias falsas a respeito da eleição geraram 8,7 milhões de reações, compartilhamentos e comentários no Facebook – quase 1,5 milhão a mais do que as verdadeiras. O Buzzfeed News chegou a um resultado semelhante no Brasil: as dez notícias falsas mais populares sobre a Operação Lava Jato têm maior engajamento do que as dez verdadeiras mais populares. Metade das fakes vinham das mesmas páginas: Brasil Verde e Amarelo e Click Política.

    AS CONSEQUÊNCIAS DESASTROSAS
    O impacto não é sentido apenas na esfera política. As fake news também podem causar verdadeiras tragédias em figuras privadas, de repente envolvidas em informações errôneas que geram comoção pública. Em maio de 2017, sete pessoas foram linchadas numa aldeia da Índia após a circulação de uma notícia falsa de que elas raptavam crianças. Em 2014, no Guarujá (SP), nas mesmas circunstâncias, uma mulher também foi linchada até a morte após ser confundida com uma sequestradora de crianças.

    FABRICADAS SOB MEDIDA
    Em fevereiro de 2017, a Folha de S.Paulo publicou uma reportagem sobre páginas que estão faturando com informações falsas no Face. “O que fazemos são modificações para tornar a notícia mais fácil e interessante”, afirmou Beto Silva, administrador da Pensa Brasil. “Quem tem que saber o que é verdade ou mentira é quem lê a matéria”, completou. As manchetes alarmistas rendem cliques, que por sua vez atraem anúncios. Segundo analistas do mercado publicitário, essas propagandas podem gerar até R$ 150 mil por mês.

    O CONTRA-ATAQUE
    As grandes empresas de tecnologia já estão desenvolvendo ferramentas para dificultar a vida das fake news. O Google anunciou que irá bloquear um de seus tipos de publicidade automática em sites ou canais do YouTube que fizerem esse tipo de “jornalismo”. E também irá minimizar as chances de esses sites ou canais serem encontrados pela busca. Já o Facebook está oferecendo, em alguns países, uma ferramenta que avisa ao usuário que ele está lendo uma notícia com fonte pouco confiável.

     

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    COMO IDENTIFICAR?

    O Facebook liberou um manual ensinando a perceber esse trambique. Se a notícia tiver duas dessas características, desconfie:

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    URL
    Muitos sites de notícias manipuladas imitam veículos da imprensa autênticas, seja no nome, no visual ou fazendo pequenas mudanças no endereço online. Fique atento!

    Título
    Para apelar à emoção do leitor, sites de fake news utilizam muitas palavras escritas em letra maiúscula ou pontos de exclamação. A ideia é reforçar um imediatismo e uma importância que aquela matéria, de fato, não tem.

    Formatação
    Muitos sites de notícias contêm layouts estranhos, com aspecto amador e erros ortográficos.

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    Data
    É comum colocarem datas sem sentido ou relação correta com a realidade, para aumentar o tempo útil de circulação do post.

    Foto
    Na dúvida, faça uma “busca por imagem” com a foto usada na página. Se ela pertencer a outra notícia, em outro contexto, desconfie.

     

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    FONTES Sites Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, VEJA, The Guardian, El País, The New York Times, The Daily Mirror, The Telegraph, Track Mavens, O Globo, EXAME, Brainstorm 9, Meio e Mensagem, Olhar Digital, Bloomerang e Buzzfeed News Brasil

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    CONSULTORIA André Carlos Ponce de Leon Ferreira de Carvalho, professor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP

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