4 argumentos contra e a favor da proibição dos rodeios no Brasil
SIM
– Os rodeios são uma prática cruel. Segundo defensores dos animais, as provas colocam touros, cavalos e outros bichos em situações de estresse físico e psicológico. Eles receberiam até mesmo choques elétricos antes de entrar na arena para ficar com medo e entrar gritando, garantindo o show
– A pior prova é a de laço: ao serem derrubados, os bezerros podem sofrer fraturas e ficar tetraplégicos ou morrer devido a hemorragias. É por isso que o Projeto de Lei 2086/2011 pretende proibir não o evento em si, mas as “perseguições seguidas de laçadas e derrubadas”, segundo o deputado Ricardo Tripoli, autor do projeto
– É engano imaginar que o rodeio representa a cultura do campo. “Ele não faz parte da nossa tradição. Foi importado dos EUA e não traz nenhum enriquecimento ou aprendizado cultural”, afirma Rosângela Ribeiro, da Sociedade Mundial de Proteção Animal. Além disso, os eventos poderiam continuar, mas com shows e outras atrações
– Em 2011, no rodeio de Barretos, um bezerro foi morto. Isso prova que os maus tratos acontecem. Não se trata de acidente, mas sim de algo que poderia ser evitado. Há tantas opções de entretenimento, então para que continuar com algo que é tão cruel?
– Quais são as principais raças de cavalo?
NÃO
– Os organizadores afirmam que os animais são respeitados segundo as leis (como a Lei Federal do Rodeio) e que o índice de morte dos bichos é de apenas 0,0004% nos últimos 25 anos. “O rodeio é um esporte reconhecido por lei”, afirma Hugo Resende Filho, presidente da associação Os Independentes, que promove a Festa do Peão de Barretos
– Os rodeios ajudam a desenvolver as comunidades onde são realizados. A Festa do Peão de Barretos injeta R$ 400 milhões na economia regional (são beneficiadas cidades em um raio de até 200 km) e gera 15 mil empregos, diretos e indiretos. E, em Barretos, há quatro programas de responsabilidade social criados pelos organizadores do evento
– Rodeios são cultura, sim, defendem os organizadores da modalidade. “Os primeiros foram realizados no Brasil em 1947 e, apesar de se tratar de uma tradição trazida dos Estados Unidos, acabou ganhando traços do interior do país, como shows de música caipira e sertaneja e comidas típicas”, afirma Hugo Filho
– Banir os rodeios gerará um efeito negativo na economia. O que deve ser proibido é o maltrato de animais nesses eventos. É possível manter animais em determinadas provas tratando-os bem, como acontece nos jockey clubs
FONTES Deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP); Hugo Resende Filho, presidente da associação Os Independentes (Festa do Peão de Barretos); Rosangela Ribeiro, gerente de programas veterinários da WSPA Brasil (Sociedade Mundial de Proteção Animal); site Congresso em Foco