Pablo Escobar, o rei bilionário do tráfico de cocaína
O criador do Cartel de Medellín foi o criminoso mais rico da história e trilhou um caminho de sangue, dinheiro e chumbo
ILUSTRA Bruno Miranda
FICHA CRIMINAL
Nome Pablo Emílio Escobar Gaviria (1949-1993)
Local de atuação Colômbia
Mortes Mais de 3.500 (vítimas indiretas)
1) Seus primeiros crimes foram roubos de carros, contrabando e falsificações. Mas, após o sequestro de um executivo, em meados de 1970, deu sua grande virada: com parte da grana, adquiriu pequenos aeroplanos e criou rotas de contrabando para os EUA. O custo/benefício da cocaína a tornou o produto ideal para esse “empreendimento”.
2) Com Carlos Lehder, criou o Cartel de Medellín (cartel é uma organização que detém o monopólio ilegal da venda de um produto). Lehder adquiriu quase todas as propriedades de uma ilha nas Bahamas e construiu um aeroporto particular para servir de ponto de distribuição de rotas aéreas. O local tinha a infraestrutura de uma pequena cidade.
3) Após ser preso (e solto) em 1976, ele definiu seu método para lidar com a Justiça e com os rivais: plata o plomo (“prata ou chumbo”). Ou seja: tentava subornar e, se não desse certo, mandava matar. Comprou uma fazenda de 20 km2 em Antioquia, onde criou um minizoológico e usou um antigo avião como adorno na porteira.
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4) Escobar era esperto: contava com o apoio da população por investir em habitações e ações beneficentes. Suas aspirações políticas o levaram ao Partido Liberal Colombiano. Mas isso lhe deu mais exposição e inimigos cada vez mais poderosos. A filosofia da “plata o plomo” comeu solta, com vários adversários sendo assassinados.
5) Os subornos e as execuções se intensificaram nos anos 80, especialmente para protegê-lo de investigações. É possível que Escobar tenha financiado terroristas de esquerda que invadiram uma corte da Justiça para barrar uma lei que permitiria que ele fosse extraditado e julgado fora da Colômbia. Onze juízes morreram.
6) O auge da violência foi em 1989. Provando que estaria disposto a tudo para triunfar na política e nos negócios, Escobar foi suspeito de ser o mandante do assassinato de um candidato à presidência, do atentado a bomba no voo 203 da Avianca e da explosão da sede do Departamento Administrativo de Segurança Colombiana.
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7) Só o tráfico rendia ao cartel cerca de US$ 60 milhões por dia. Ele era responsável pelo fornecimento de 80% da cocaína no mundo. Só para os EUA, eram enviadas diariamente 15 toneladas! Toda semana, a organização gastava US$ 1.000 apenas nos elásticos usados para enrolar todo esse dinheiro.
8) O governo intensificou a perseguição após o assassinato do candidato presidencial. Depois de dois anos de negociações em que Escobar impôs várias condições, ele foi detido em uma prisão personalizada por ele próprio, apelidada de La Catedral. Era apenas um jogo de cena: o traficante continuou gerenciando tudo de lá de dentro.
9) Em 1992, Escobar foi informado de uma tentativa de transferência de prisão e fugiu da Catedral. Passou a ser caçado por um “bloco de buscas”, uma coalizão de várias agências dos EUA, e pelos Pepes, uma organização popular de vítimas do cartel. Enquanto isso, o Cartel de Cali aproveitou a crise para enfraquecer o de Medellín.
10) Em 2 de dezembro de 1993, usando tecnologia de triangulação de comunicações, o governo colombiano e o bloco de buscas o localizaram em um bairro de classe média alta em Medellín. Os guarda-costas do traficante reagiram e, no tiroteio, Escobar e alguns de seus parceiros tentaram fugir pelo telhado e terraço das casas vizinhas.
QUE FIM LEVOU?
Escobar morreu no dia da captura, com tiros nas pernas e no tronco. Um único disparo atrás da orelha criou especulações sobre uma possível execução ou suicídio.
FONTES Livros The Accountant¿s Story, de Roberto Escobar e David Fisher, e Killing Pablo, de Mark Bowden; séries e documentários TruTV – Mugshots: Pablo Escobar – Hunting the Druglord, Pablo Escobar – El Patrón del Mal, Who Killed Pablo Escobar?