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Por que Hitchcock era considerado o “mestre do suspense?”

Confira os temas, parceiros e dramas pessoais que o diretor usou para construir a carreira

Por Luiza Justus
Atualizado em 22 fev 2024, 10h41 - Publicado em 20 ago 2013, 17h29
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  • Porque, além de saber manipular bem os elementos de um filme (roteiro, elenco, jogo de câmera, edição…), Alfred Hitchcock (1889-1980) era um gênio do marketing. Foi um dos primeiros diretores a explorar a própria imagem, transformando-se em um personagem público. Além disso, criou o hábito de fazer pontas em seus próprios filmes – e o público passou a aguardar esses easter eggs com tanta ansiedade que, no fim da carreira, o cineasta inglês decidiu aparecer sempre no começo da história para liberar a atenção da plateia. Especula-se até mesmo que ele é quem criou o termo “mestre do suspense”. E com razão: ninguém soube lapidar os elementos desse gênero melhor do que ele.

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    Instrumentos de trabalho
    Os temas, os parceiros e os dramas pessoais que o diretor usou para construir a carreira

    1. Sem medo de inovar
    Se o filme é protagonizado por um ator famoso, o público presume que o personagem não morrerá (pelo menos não até o fim da história). O cineasta foi contra esse clichê e acabou criando uma das cenas mais surpreendentes do cinema: o assassinato no chuveiro da personagem interpretada por Janet Leigh, que ocorre aos 46 minutos de Psicose (1960).

    2. Um segredo entre nós
    A plateia era feita de cúmplice. Ele revelava a ela uma informação preciosa que o personagem desconhecia (e corria risco de vida se não descobrisse a tempo). Em O Marido Era o Culpado (1936), um garotinho carrega, sem saber, um pacote com uma bomba-relógio. Atrasa-se várias vezes para entregá-lo, deixando o público roendo as unhas de ansiedade.

    3. Trauma de infância
    No livro Hitchcock/Truffaut, o diretor revela que, quando tinha 5 anos, seu pai o enviou à delegacia com um bilhete que pedia ao delegado que o trancasse em uma cela e lhe dissesse: “Isso é que acontece com meninos desobedientes”. Não por acaso, pessoas acusadas injustamente por um crime são um tema recorrente em sua obra, como no filme O Homem Errado (1956).

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    4. Inspirado pelo silêncio
    Ele começou no cinema como criador das legendas que simulavam diálogos em filmes mudos. Foi assim que aprendeu como causar emoções no público mesmo sem diálogo – só com enquadramentos e cortes precisos. Um exemplo? Festim Diabólico (1948), sobre dois amigos que matam um colega pouco antes de uma festa, é cheio de cenas contínuas e cortes disfarçados.

    5. De corpo e alma
    Em um discurso de agradecimento, o diretor disse que devia seu sucesso a quatro pessoas: “Uma é roteirista, outra é editora, outra é mãe da minha filha e a última é a melhor cozinheira que já existiu”. E o nome de todas elas é Alma Reville. Sua amada esposa consertava erros de edição e continuidade e foi até roteirista, em filmes como Sombra de uma Dúvida (1943).

    6. O importante objeto insignificante
    Ele bolou um recurso até hoje usado por roteiristas: o “MacGuffin”. Assim ele chamava qualquer objeto comum, que só servia para dar um objetivo ao protagonista e gerar suspense, como o microfone secreto que causa a perseguição ao herói de Intriga Internacional (1959). Mas é irrelevante: quando a trama avança, pode até ser deixado de lado.

    7. Mania de assistir
    Hitchcock se aproveitava bastante da ideia do voyeurismo: o prazer de observar os outros em situações íntimas ou de sofrimento. É um elemento central em Janela Indiscreta (1954), em que o protagonista bisbilhota a vida de seus vizinhos e acaba descobrindo um assassinato. Em outros filmes, fazia o público assistir a uma cena pelo ponto de vista do vilão.

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    8. Menina dos olhos
    Um Corpo Que Cai (1958), sobre um detetive que fica obcecado pela loira que investiga, foi um de seus filmes que abordam a fixação com mulheres. O tema pode ser outro reflexo da vida pessoal do cineasta: ele adorava atrizes loiras. Tippi Hedren, protagonista de Os Pássaros (1963), chegou a acusá-lo de assédio sexual.

     

    Fontes Livro Hitchcock/Truffaut, de François Truffaut, Coleção Folha de S. Paulo: Cinema Europeu e site IMDB
    Consultoria Rubens Ewald Filho, jornalista, roteirista e crítico de cinema

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