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Por que os times de futebol têm 11 jogadores?

Antes das primeiras regras, não havia padronização: há registros de partidas com até 17 jogadores!

Por Rodrigo Ratier
Atualizado em 22 fev 2024, 11h08 - Publicado em 18 abr 2011, 18h51

Existem duas explicações para essa história, Robinho. A primeira é que o número seria uma homenagem aos 11 colégios que participaram da reunião que determinou as regras do esporte em 1863, na Inglaterra. A segunda diz que 11 era a quantidade de atletas nos times da Universidade de Cambridge, também na Inglaterra, a primeira a publicar as definições básicas do jogo. Na época, cada classe tinha apenas dez estudantes. Os times, porém, eram completados por um 11º atleta: o bedel (inspetor de alunos) de cada classe, para quem sobrava a ingrata tarefa de ficar no gol. “Essa é a versão aceita pela Fifa, a associação que define as regras do futebol no mundo”, afirma o ex-árbitro Emídio Marques Mesquita, instrutor da entidade. Antes das primeiras regras, não havia padronização: há registros de partidas com até 17 jogadores! O certo, Robinho, é que o número 11 foi adotado já no século 19 e até hoje permanece entre as 17 leis que regem o esporte.

Outras regras mudaram bastante daqueles tempos para cá. Dá para acreditar que nos primórdios do futebol não havia nenhum juiz? Pois é: as faltas eram acertadas entre os dois times, em um acordo de cavalheiros. O árbitro aparece apenas em 1868 e, mesmo assim, ele apitava pouco: ficava de fora do campo e não tinha autonomia para marcar infrações. Tudo precisava ser decidido junto com os capitães dos times: se um dos dois não aceitasse a marcação, nada feito. A autoridade do árbitro só passou a ser absoluta a partir de 1894, com a modernização das regras do esporte. O papel do goleiro também se modificou: no século 19, ele podia segurar a bola no ar em qualquer parte do campo, só não podia conduzi-la com as mãos. A proibição de agarrar fora de sua área surgiu em 1912. Mais bizarro ainda é que outras situações comuns nos jogos não são previstas nas regras oficiais.

É o caso da barreira que protege o gol na hora da falta. “O máximo que a Fifa diz é que nenhum jogador pode ficar a menos de 9,14 metros de distância da bola quando ocorre uma infração. Os jogadores é que decidiram que a melhor forma de guardar a meta era formar um bloco compacto em frente à bola. Isso é muito comum no futebol: primeiro as coisas aparecem na prática para somente depois se tornarem regras”, afirma o jornalista e pesquisador do esporte Celso Unzelte, autor de O Livro de Ouro do Futebol.

Um jogo muito esquisito O bate-bola seria bem diferente se permanecessem as regras do século 19TRAVESSÃO INVISÍVEL

No início do futebol, os gols eram dignos das peladas de rua: as metas não tinham limite superior. Cabia aos dois times decidir se a bola havia passado acima ou abaixo das traves laterais. Em 1865, uma fita passou a ligar os dois postes do gol. Dez anos depois, os primeiros travessões de madeira começaram a aparecer nos jogos. A novidade foi oficialmente incorporada às regras a partir de 1878

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NO RAIO (E NÃO NA MARCA) DO PÊNALTI

Quando a marcação surgiu em 1891, a bola podia ser batida de qualquer ponto a 11 metros do gol. Naquele tempo, o pênalti era considerado uma punição deselegante. Tanto que, no final do século 19, o Corinthian da Inglaterra (time que inspirou a fundação do alvinegro paulista, em 1910) recusava-se a defender a infração. O goleiro simplesmente abandonava a meta e deixava o gol livrinho para o adversário estufar as redes

PIRULITO AMARELO E VERMELHO

Parece incrível, mas os cartões amarelos e vermelhos são bem recentes: só surgiram na Copa do México, em 1970. Antes disso, as advertências eram todas verbais, o que causava uma bagunça geral quando árbitro e jogadores não falavam a mesma língua. Poucos meses antes daquela Copa, ninguém sabia que forma os cartões teriam. Uma das sugestões era confeccionar pequenos discos coloridos para indicar as punições. No final, esses “pirulitos” acabaram substituídos pelos cartões retangulares que conhecemos hoje

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