Quais foram os maiores fracassos de bilheteria de Hollywood?
Três filmes da década de 80 dividem o troféu de menor público da história do cinema: O Fundo do Coração, de 1982, Revolução, de 1983, e Piratas, de 1986. Cada um deles arrecadou apenas 1 milhão de dólares, originando prejuízos de mais de 20 milhões para seus estúdios. Mas quando se fala em fiasco de […]
Três filmes da década de 80 dividem o troféu de menor público da história do cinema: O Fundo do Coração, de 1982, Revolução, de 1983, e Piratas, de 1986. Cada um deles arrecadou apenas 1 milhão de dólares, originando prejuízos de mais de 20 milhões para seus estúdios. Mas quando se fala em fiasco de bilheteria o filme mais lembrado é O Portal do Paraíso, uma superprodução de 1980 que custou 44 milhões de dólares e rendeu ridículos 93 mil dólares nos Estados Unidos – no resto do mundo, a bilheteria melhorou e subiu para 1,5 milhão. Graças a esse empurrãozinho, o filme deixou de ser o maior mico da história, mas acabou levando à falência o lendário estúdio United Artists, fundado em 1919 por um grupo de artistas que incluía Charles Chaplin.
Além desses quatro abacaxis, escolhemos outros seis desastres que esvaziaram cinemas de todo o mundo. Para montar nosso Top 10 dos fracassos de audiência, consideramos a bilheteria mundial das grandes produções americanas. Outros filmes malsucedidos ficaram de fora da lista porque tiveram um pouco mais de público, apesar de terem amargado prejuízos astronômicos. É o caso de A Ilha da Garganta Cortada, filme de 1995 que entrou para o Guinness, o “livro dos recordes”, como o maior rombo da história do cinema. Essa aventura de piratas estrelada por Geena Davis torrou 92 milhões de dólares, mas rendeu apenas 9,9 milhões e decretou a ruína do estúdio Carolco Pictures. Neste ano, o maior mico deve ser o filme Gigli, com o casal Jennifer Lopez e Ben Affleck. Esse romance agua-com-açúcar custou 54 milhões de dólares, mas desde que estreou no Estados Unidos, em agosto último, faturou pouco mais de 6 milhões.
Nem mesmo superastros e diretores premiados salvaram os grandes fiascos de público
O FUNDO DO CORAÇÃO (1982)
Bilheteria: 1 milhão de dólares
O celebrado Francis Ford Coppola, que já ganhou cinco Oscar e assinou a trilogia de O Poderoso Chefão, não conseguiu livrar este romance musical do fracasso. Na intenção de ambientar a trama em Las Vegas, o diretor gastou 26 milhões para reconstruir a cidade em estúdio. O público não deu muita bola, mas a crítica até que gostou do filme.
REVOLUÇÃO (1985)
Bilheteria: 1 milhão de dólares
Nesta produção que consumiu 28 milhões, um americano interpretado por Al Pacino se alista no Exército em busca do filho convocado para lutar contra a Inglaterra, durante a Guerra de Independência Americana (1775-1783). Na época do lançamento, o renomado crítico Leonard Maltin classificou a obra de “megabomba”. “Se ousarem produzir outro filme assim, isso só acontecerá em 2776”, afirmou.
PIRATAS (1986)
Bilheteria: 1 milhão de dólares
Para filmar a aventura, o diretor Roman Polanski (ganhador do Oscar deste ano com O Pianista) gastou 31 milhões e chegou a construir um imenso galeão. O navio rumou até Cannes, na França, para o Festival de Cinema, mas como o filme foi um abacaxi ele ficou na Riviera Francesa até os produtores arranjarem dinheiro para rebocá-lo de lá.
O LEÃO DO DESERTO (1980)
Bilheteria: 1,5 milhão de dólares
Baseada em fatos reais, a produção de 31 milhões apresenta a disputa entre um líder tribal e o ditador italiano Benito Mussolini na conquista da Líbia. Nem o elenco estelar, que contava com Anthony Quinn, Oliver Reed e Rod Steiger, foi capaz de despertar o interesse do público. Para piorar, o filme foi banido da Itália, acusado de difamar as Forças Armadas do país.
PORTAL DO PARAÍSO (1980)
Bilheteria: 1,5 milhão de dólares
Dois anos depois de ganhar o Oscar de melhor diretor com o filme O Franco-Atirador (1978), Michael Cimino exagerou na megalomania ao narrar um conflito de terras no Velho Oeste americano. Com um orçamento de 44 milhões, o americano atrasou as filmagens, mandou reconstruir cenários e, durante a edição, mantinha seguranças armados na porta do estúdio. Tudo para impedir que os executivos da United Artists interferissem no trabalho.
ERA UMA VEZ NA AMÉRICA (1983)
Bilheteria: 2,5 milhões de dólares
Este épico sobre um grupo de gângsteres na Nova York do início do século 20 tinha bons ingredientes para o sucesso: um bom enredo, orçamento de 30 milhões e astros como Robert de Niro, James Woods e Joe Pesci. Mesmo assim, o filme não decolou e marcou a despedida do italiano Sergio Leone, diretor dos faroestes que consagraram Clint Eastwood.
PLUTO NASH (2002)
Bilheteria: 4 milhões de dólares
O diretor Ron Underwood gastou 100 milhões para filmar uma comédia de ficção científica no espaço. A história traz o protagonista Pluto Nash, representado por Eddie Murphy, em uma luta para manter a máfia longe de seu clube noturno. Com esse enredo maluco, o filme levou dois anos para chegar aos cinemas e quando chegou, pouca gente percebeu…
RICOS, BONITOS E INFIÉIS (2001)
Bilheteria: 6 milhões de dólares
Estourando orçamentos, reescrevendo várias cenas e refazendo seqüências inteiras, o diretor Peter Chelsom fez 105 milhões de dólares virarem pó durante a filmagem deste megafracasso. Apesar de apresentar um panteão de estrelas como Warren Beatty, Diane Keaton, Goldie Hawn e Charlton Heston, a produção afundou nas bilheterias de todo o mundo.
ISHTAR (1987)
Bilheteria: 7,7 milhões de dólares
Nesta comédia de 55 milhões, os atores Warren Beatty e Dustin Hoffman interpretam dois compositores sem nenhum talento que sonham com o sucesso. Curiosamente, na primeira semana de exibição, o filme atingiu o topo da bilheteria americana. Mas o sucesso durou pouco, muito pouco. No fim das contas, o público não achou a menor graça muito menos os produtores do filme.
AS AVENTURAS DO BARÃO DE MÜNCHAUSEN (1988)
Bilheteria: 8 milhões de dólares
A aventura dirigida pelo inglês Terry Gilliam conta as viagens fantásticas do Barão de Münchausen. A produção saiu de cartaz com um prejuízo de 32 milhões, mas foi elogiada pela cenografia e acabou recebendo quatro indicações ao Oscar: direção de arte, figurino, efeitos especiais e maquiagem.