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Quais são as diferenças entre os vários tipos de uva?

Cada uma das mais de 60 mil variedades conhecidas possui características únicas de cor, sabor, aroma e tamanho. Tudo indica que os primeiros ancestrais das atuais videiras tenham surgido há milhões de anos na Groenlândia. De lá, elas chegaram à América, Ásia e Europa, onde surgiram os dois principais grupos da fruta. O primeiro reúne […]

Por Fernando Picarelli Martins e Embrapa Uva e Vinho
Atualizado em 22 fev 2024, 11h03 - Publicado em 18 abr 2011, 18h53
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  • Cada uma das mais de 60 mil variedades conhecidas possui características únicas de cor, sabor, aroma e tamanho. Tudo indica que os primeiros ancestrais das atuais videiras tenham surgido há milhões de anos na Groenlândia. De lá, elas chegaram à América, Ásia e Europa, onde surgiram os dois principais grupos da fruta. O primeiro reúne os tipos da espécie Vitis vinifera, que apareceu primeiro no continente asiático, mas depois se espalhou pela Europa. “São as variedades de maior qualidade, geralmente usadas para a fabricação de vinhos nobres. Alguns exemplos são as famosas uvas francesas merlot, cabernet e chardonnay. Apenas 20% dos tipos pertencem a esse grupo”, diz o engenheiro agrônomo Fernando Picarelli Martins, consultor da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) de Campinas (SP). O segundo grupo engloba as videiras americanas, principalmente da espécie Vitis labrusca.

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    Consideradas menos requintadas, variedades como a uva niagara servem apenas para vinhos baratos, mas são muito populares na alimentação ou no preparo de geléias e sucos, além de possuírem maior resistência às variações de clima e doenças. No Brasil, as primeiras uvas chegaram com a expedição colonizadora de Martim Afonso de Souza, em 1532, mas o cultivo só cresceu no século 19, com a imigração italiana para os estados da região Sul, que hoje concentram 90% da área cultivada com a fruta no país. Por aqui, o sucesso da uva vem acompanhado de um costume: antes de apreciar o sabor, muita gente costuma desprezar a casca da fruta. Mas os especialistas garantem que comer essa embalagem natural não faz mal. “Não há registro de contaminação por agrotóxicos, porque o produtor respeita um período pré-determinado entre a aplicação do produto e a venda. De qualquer forma, é só lavar bem a uva antes de comer”, diz Fernando.

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    Com essa simples precaução, vale a pena aproveitar os benefícios nutritivos da casca. “Estudos recentes indicam que ela ajuda na proteção imunológica e reduz a formação de radicais livres, moléculas que podem estar ligadas ao aparecimento de câncer no corpo”, afirma a nutricionista Anita Sachs, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

    Fonte: Fernando Picarelli Martins, consultor da Embrapa Transferência de Tecnologia – Escritório de Negócios de Campinas, SP, e bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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    Dados da produção brasileira: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (FIBGE), 1999

    Boas de mesa e de copo As européias são matéria-prima para vinhos nobres. As americanas, para a alimentação

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    NACIONAL

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    Suco campeão

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    Também conhecida como uva Isabel, é o tipo mais plantado no Brasil, ocupando quase a metade das videiras. O nome é uma homenagem à americana Isabella Gibbs, que iniciou o cultivo nos Estados Unidos, no início do século 19. Excelente para a produção de geléias e sucos, sofre com a fragilidade para o transporte e armazenamento.

    NIAGARA ROSADA

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    Mutação natural

    Chamada também de uva rosada, é uma variedade brasileira. Foi descoberta no meio de uma plantação de niagaras brancas nos vinhedos de Louveira (SP) em 1933. Encontrada por acaso por um agricultor, espalhou-se pelo estado de São Paulo. A fruta de polpa mole e doce é o tipo de uva mais consumido no país.

    CABERNET SAUVIGNON

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    Buquê requintado

    É uma das uvas mais nobres, servindo de base para os famosos vinhos tintos da região de Bordeaux, na França. A excelente qualidade da bebida, cujo aroma e buquê evoluem com o envelhecimento, fez com que a cultura se expandisse pela Itália, Espanha, Grécia e Estados Unidos. O cultivo da cabernet responde por só 0,5% do total de uvas plantadas no Brasil.

    THOMPSON

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    Adeus à semente

    É o tipo mais plantado no mundo. Originalmente chamada de sultanina, apareceu na Ásia Menor há muitos séculos. Na América, foi rebatizada em homenagem a William Thompson, primeiro a cultivá-la na Califórnia. Seu grande atrativo é não ter sementes, o que faz dela a uva mais popular nos Estados Unidos. Também serve para produzir passas.

    CHARDONNAY

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    Referência obrigatória

    Essa variedade de cachos pequenos é a mais tradicional na produção de vinhos brancos em todo o mundo. Ganhou fama no século 19, na região da Borgonha, na França, e começou a ser plantada no Brasil na década de 1980. Por aqui, a produção aumentou nos últimos 15 anos, mas ainda representa apenas 0,1% do total dos vinhedos cultivados.

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    MOSCATEL BRANCA

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    Berço milenar

    Surgida provavelmente na Grécia antiga, essa uva verde-amarelada de aroma forte se adaptou bem aos diversos continentes para onde foi levada. Em cada país, recebia um nome diferente – o “moscatel” apareceu na região de Setúbal, em Portugal. No Brasil, é usada para a alimentação e na produção de vinhos brancos.

    ITÁLIA

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    Sabor popular

    Batizada pelo italiano Alberto Pirovano em 1927, surgiu a partir de um cruzamento entre as uvas bicane e moscatel de Hamburgo. Sua polpa saborosa não costuma ser usada para a produção de vinhos, mas é um tipo bastante apreciado como fruta fresca. Tem uma versão rosada, chamada no Brasil de uva-rubi.

    MERLOT

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    Tinto tradicional

    Junto com a cabernet, pinot noir e syrah, é considerado um dos quatro tipos mais requisitados para os vinhos tintos. Também surgiu em Bordeaux, na França. Em 1900, fixou-se no Rio Grande do Sul, onde mais de 5 mil toneladas anuais (0,6% da produção nacional) servem de matéria-prima para a bebida.

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