A principal diferença é a forma como a bolinha quica em cada piso. Parece pouca coisa, mas quem joga tênis sabe que isso pode mudar o jeitão da partida. Exagerando um pouco, é como se cada piso abrigasse um esporte diferente. Basta comparar um jogo numa quadra de grama e outro numa de saibro. Nesta última, a bolinha quica devagar, dando mais tempo para os tenistas defenderem as rebatidas. Por isso normalmente os pontos acabam decididos só depois de longas trocas de golpes. Já na grama não tem nada disso: a bola quica rápido e fica difícil defender as patadas mais fortes. Sem falar que a grama desgasta fácil, criando “morrinhos artilheiros” na quadra. “A bola pinga para qualquer lado. Não dá para prever. Imagina quando um cara saca a 240 km/h e você não tem idéia de como a bola vai quicar. Sem chance”, diz o ex-tenista Fernando Meligeni. É por isso que as quadras de grama são boas para jogadores mais ofensivos. Já o saibro é bem melhor para quem prefere trocar muitas bolas, como o Guga faz. Seja como for, o piso favorito da maioria dos tenistas não é nem o saibro nem a grama, mas o sintético. Tradicionalmente, ele é feito de lâminas plásticas bem duras, que fazem a bola quicar num meio-termo entre a lentidão do saibro e a velocidade máxima da grama. Entre os Grand Slams, os quatro principais torneios do mundo, dois têm quadras sintéticas (Abertos dos Estados Unidos e da Austrália), um de grama (Wimbledon, na Inglaterra) e um de saibro (Roland Garros, na França).
SAIBRO
A quadra de terra batida não é feita exatamente de terra, mas de pó de tijolo. Isso deixa o piso bem fofo. Quando a bolinha quica, a maior parte da força dela é absorvida pelo chão. Então ela perde velocidade. A bola chega numa trajetória quase que horizontal, mas o grande atrito com o piso faz ela subir, tornando o jogo ainda mais lento
PEQUENO DESLIZE
O pó do saibro deixa a quadra bem lisa. Quem é acostumado com o piso usa isso para escorregar em direção à bola, chegando mais rápido nela
SINTÉTICO
Apesar de ter uma camada interna de borracha, as quadras sintéticas não absorvem tanto o impacto da bolinha quanto o saibro. Assim, ela perde menos velocidade e não sobe tanto, mantendo uma trajetória mais horizontal que na quadra de terra batida. Isso deixa a troca de bolas mais rápida. A velocidade desse tipo de piso depende da espessura da camada interna de borracha: quanto menor, mais veloz ele é
EM CAMADAS
Essa quadra é feita com várias camadas de materiais: uma de pedra em pó, três de asfalto, uma de borracha sintética e outras duas de resinas acrílicas
CARPETE
Não, esse piso não é igual ao carpete da sua casa. “Parece mais um borrachão”, diz Fernando Meligeni. Ele até absorve melhor o quique da bolinha que uma quadra sintética, o que teoricamente faria ela perder mais velocidade. “Mas, como o carpete fica em ginásios fechados, sem vento lateral, o jogo se torna mais rápido que no piso sintético”, afirma Meligeni
PISO ERRANTE
A quadra é feita de compostos de borracha e só tem o nome de carpete porque o piso pode ser enrolado para mudar de ginásio
GRAMA
Esse piso tem mais a ver com um tapete que com um campo de futebol. A grama é densa e baixinha, podada a uma altura de só 8 milímetros. A superfície oferece pouco atrito para frear a bolinha, que ao deslizar na grama quase não perde velocidade e fica rente ao chão. Por isso o ritmo do jogo aqui é o mais rápido
QUADRA CARECA
A grama se desgasta rápido e a terra embaixo nunca é bem plana, o que deixa a quadra irregular e o quique da bola imprevisível
Na internet: