São muitas – a melhor maneira de perceber isso é comparando o jeitão dos bichos. Para começar, as lulas têm um corpo alongado, em forma de tubo. Já os polvos, como você pode conferir no infográfico que ilustra estas páginas, são mais arredondados. Segunda diferença importante: além dos oito braços, que são comuns a esses dois moluscos, as lulas ainda têm um par de tentáculos e nadadeiras ao longo do corpo – os polvos, não. O comportamento de polvos e lulas também é distinto: os primeiros vivem se arrastando no fundo do mar, enquanto as lulas nadam bem perto da superfície, onde ficam os pequenos animais e vegetais que lhes servem de alimento. A última diferença importante é a classificação técnica dos bichos. “Os polvos pertencem à ordem Octopoda, dividida em duas subordens: Cirrata, que agrupa os polvos que vivem em águas mais profundas, e Incirrata, formada por animais mais costeiros. As lulas, por sua vez, fazem parte da ordem Teuthoidea, que tem duas grandes subordens, Myopsida e Oegopsida, cuja diferença básica é a existência ou não de uma membrana sobre os olhos”, afirma o biólogo Acácio Ribeiro Gomes Tomás, do Instituto de Pesca do Estado de São Paulo. Em todo o mundo, existem dezenas de espécies de polvos e lulas, que variam muito de tamanho. Os polvos podem medir desde 5 centímetros a quase 6 metros, mas a espécie mais numerosa, batizada de polvo comum, o Octopus vulgaris, tem em média 70 centímetros. As lulas variam de 1,5 centímetro a mais de 10 metros, mas a mais comum, a Loligo plei, também mede cerca de 70 centímetros. Muitos chefs consideram essa espécie uma deliciosa iguaria. Para nossa sorte, ela aparece de montão aqui na costa brasileira.
Na livraria:
Octopus and Squids – James Hunt, Monterey Bay Aquarium, 1997
Na Internet:
BORRÃO SALVADOR
Assim como as lulas, a maioria dos polvos tem no seu corpo uma bolsa de tinta. Eles liberam o “borrão” quando querem camuflar ataques às presas ou fugir de predadores. No fundo do mar, os principais inimigos dos polvos são as moréias e as garoupas
MENU MARINHO
Na hora do almoço, o polvo usa os braços para imobilizar sua presa e uma toxina para matá-la. Seu cardápio inclui siris e mariscos
UM GRUDE SÓ
Os braços dos polvos têm três utilidades: eles servem para locomoção, cópula e captura de comida. Nos machos, um dos oito braços tem uma pequena ranhura na ponta para fertilizar a fêmea. Um outro detalhe é que os braços dos polvos possuem ventosas em todo o seu comprimento já os das lulas, só nas extremidades
DISFARCE INTELIGENTE
Algumas espécies de polvo têm a capacidade de mudar de cor durante a caça ou alguma perseguição. Além disso, ele enxerga muito bem debaixo dágua e é considerado o mais inteligente de todos os animais invertebrados do planeta, por sua facilidade em aprender coisas novas
GRAVIDEZ MORTAL
Ao atingir a maturidade sexual, por volta dos 5 meses, a mamãe-polvo põe seus ovos em fendas nas rochas e fica cuidando das crias até elas nascerem, o que demora 45 dias. O esforço é mortal: por ficar tanto tempo sem alimento, a fêmea morre depois da primeira desova
GIGANTE PERIGOSO
Esta é uma representação da maior espécie de polvo que existe, o Enteroctopus dofleini. Encontrado nos oceanos Índico e Pacífico, esse gigante mede quase 6 metros, chega a pesar 100 quilos e libera uma toxina tão poderosa que pode causar a morte de um adulto em até dois minutos
BRAÇADAS NO RASO
Nadando na chamada coluna dágua (áreas de algumas dezenas de metros de profundidade), as lulas também têm oito tentáculos, mas possuem o corpo mais esguio e duas nadadeiras que os polvos não têm. As maiores lulas que existem são as do gênero Architeuthis. Esse verdadeiro monstro marinho chega a 10 metros e atinge até 200 quilos
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