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Que tipos de pistas os peritos procuram na cena de um crime?

Os bons investigadores vasculham tudo que ajude a descobrir a identidade de um suspeito, desde as pistas mais óbvias, como gotas de sangue, fios de cabelo e impressões digitais, até detalhes sutis da cena. É quase impossível o autor de um delito não deixar ao menos um rastro que auxilie os especialistas a seguir seus […]

Por Marina Motomura
Atualizado em 22 fev 2024, 11h09 - Publicado em 18 abr 2011, 18h51
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    Os bons investigadores vasculham tudo que ajude a descobrir a identidade de um suspeito, desde as pistas mais óbvias, como gotas de sangue, fios de cabelo e impressões digitais, até detalhes sutis da cena. É quase impossível o autor de um delito não deixar ao menos um rastro que auxilie os especialistas a seguir seus passos. “O local do crime é a última oportunidade de a vítima falar”, afirma a perita Eliana Sarres Pessoa, do Departamento de Criminalística da Polícia Civil de Porto Alegre (RS). No caso de um assassinato, por exemplo, a vítima “fala” por meio da posição em que o corpo foi encontrado, das manchas no cadáver e de nacos de pele presentes sob as unhas, que podem indicar uma luta violenta. Claro que, isoladamente, um detalhe quase nunca esclarece o crime. Por isso, os investigadores consideram o conjunto de evidências. No exemplo de homicídio do infográfico ao lado, vamos supor que a vítima tenha sido morta com um tiro na nuca. Nessa situação, por mais que o corpo seja encontrado com a arma na mão, a hipótese de que a pessoa tenha se matado é improvável. A explicação mais lógica é que o verdadeiro autor dos disparos quis simular o suicídio para se livrar da culpa. Para dar conta de tantas minúcias, os peritos carregam uma arma indispensável: a câmera fotográfica. “A primeira coisa que um investigador faz no local do crime é parar na entrada e clicar tudo. Mesmo que um perito mais descuidado depois chute para longe uma bala de arma, por exemplo, é possível recuperar sua localização original com as fotografias”, diz Eliana. Em alguns casos, entretanto, as dúvidas sobre a autoria e os motivos do crime continuam mesmo depois da coleta de todas as provas. Quando isso acontece, os especialistas recorrem a uma outra técnica de investigação: a reconstituição do crime, que confronta os depoimentos dos acusados e das testemunhas com o laudo dos investigadores.

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    Na internet:

    https://www.apcf.org.br

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    https://people.howstuffworks.com/luminol2.htm

    Quebra-cabeça policial Formato das gotas de sangue, rigidez do cadáver e outros detalhes ajudam na investigação

    POSIÇÃO FINAL

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    Os investigadores examinam a posição do cadáver para saber se ela é compatível com o tiro recebido. Se os dados não baterem, eles checam se havia algum móvel que tenha atrapalhado a queda. Com essa técnica, a idéia é indicar se o corpo realmente sofreu o impacto previsto ou se foi “ajeitado” pelo suspeito antes de abandonar a cena do crime

    TAMANHO É DOCUMENTO

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    O tamanho e o formato da gota de sangue indicam como ocorreu a agressão. Gotas arredondadas mostram que o sangue caiu de uma altura pequena — a vítima pode ter levado um tiro enquanto estava sentada ou abaixada. As gotas de formato irregular apontam que o sangue espirrou de uma altura maior — provavelmente, a vítima estava de pé

    CRONOLOGIA MACABRA

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    Até três dias depois do assassinato, os peritos determinam o horário exato do crime. Eles observam a rigidez do cadáver (o corpo fica duro oito horas após a morte) e as manchas verdes que marcam o início da decomposição (após 24 horas). Depois de 72 horas, os investigadores procuram insetos e vermes decompositores. Examinando seu ciclo de reprodução, dá para estimar a hora em que o crime ocorreu

    1. ESCUTA DIGITAL

    Não é só por meio das digitais que se pode identificar um suspeito. A orelha impressa também exerce mais ou menos a mesma função. Isso porque o contorno do ouvido é único, revelando a identidade de um possível assassino que tenha escutado o walkman da vítima ou espionado por trás da porta

    2. LENDO AS MÃOS

    Além das digitais, as mãos também trazem outra pista importante: as unhas. Se elas estiverem quebradas, provavelmente houve briga antes do assassinato. Se a vítima tiver arranhado o agressor, pode ter ficado com restos de pele sob as unhas. Todos esses vestígios serão colhidos pelos peritos, que têm mais um material para o exame de DNA

    FUGA DENUNCIADA

    Uma porta arrombada indica que o assassino forçou a entrada no local. Mas e se ela estiver intacta? É hora de checar os detalhes, investigando, por exemplo, em qual lado ficou a chave. Se ela estiver por dentro, as suspeitas são que o criminoso tenha escapado pela porta — ou, ainda, que a vítima pode ter cometido suicídio

    ALERTA VERMELHO

    Com o sangue da vítima, dá para descobrir o código genético dela com um exame de DNA, além de saber se ela tomou álcool ou drogas. Mesmo que as manchas tenham sido eliminadas com água e sabão, dá para rastrear os vestígios com o chamado luminol, composto químico que reage com o ferro presente no sangue. Os peritos espalham o produto pelo chão e jogam luz ultravioleta, fazendo brilhar os locais onde havia sangue

    VESTÍGIOS DA PANCADARIA

    Quando a mobília da casa está toda bagunçada e há objetos quebrados, a dica para os investigadores é clara: é quase certo que houve uma tremenda briga antes do assassinato

    ESTILHAÇOS SUSPEITOS

    Uma janela quebrada mostra que o suspeito tentou invadir a cena do crime ou agredir a vítima, certo? Nem sempre. Pelo jeitão dos fragmentos, dá para saber em qual ângulo e em qual direção a janela foi quebrada. Se uma pedra estilhaçou o vidro a partir do lado de dentro, o assassino pode ter quebrado a janela para confundir os peritos

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