Sugestão do TdF Pedro Bartolome
Ilustra Sandro Cleber Agnello
Edição Felipe van Deursen
Foi o melhor forjador de espadas do Japão. Ele viveu nos séculos 13 e 14 e fez suas armas na cidade de Kamakura. As espadas de Masamune seguiam a técnica nie, que funde cristais martensíticos (base de um tipo de aço inox) em matriz de perlita, um aço que amortece vibrações. O resultado é um produto resistente e lindo, que lembra um “céu estrelado”, segundo os relatos mais poéticos.
O ferreiro foi o primeiro a aquecer e resfriar a lâmina duas vezes, o que reduz impurezas e aumenta a resistência. Hoje, estima-se que haja dez armas dele no mundo, a maioria em coleções e museus do Japão. Como Masamune não assinava suas obras, a identificação é complicada. A última foi encontrada em 2014, após 150 anos sem notícias.
Obras de arte
Três tipos de espadas que Masamune trabalhou com maestria
TACHI
Espada que deu origem à identidade cultural das armas japonesas. Ela tinha ponta dupla e era curvada e longa, chegando a 78 cm de comprimento
TANTO
Espada curta, similar à adaga. Além de ser usada em batalha, servia para talhar madeira e para o seppuku, conhecido no Ocidente como haraquiri, o ritual suicida japonês
KATANA
Com 73 cm, a sucessora da tachi era considerada uma extensão do corpo do samurai. Tinha empunhadura para duas mãos, o que permitia concentrar a força do golpe
FONTES Livro The Connoisseur’s Book of Japanese Swords, de Kokan Nagayama; The Wall Street Journal