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A verdade sobre Robin Hood, Rei Artur e mais 16 figuras polêmicas

Passamos nossa infância ouvindo histórias fantásticas, que, de tão populares, se confundem com a realidade. Saiba o que é fato e o que é ficção.

Por Jennifer Ann Thomas
Atualizado em 22 fev 2024, 10h24 - Publicado em 19 jul 2016, 13h34

Pocahontas

1. POCAHONTAS

O mito – A indígena Pocahontas era filha do chefe Powhatan, que comandava tribos no leste dos EUA. Quando os ingleses chegaram, em maio de 1607, ela se apaixonou por um deles.

A realidade – Embora tenha existido, sua história não é nada romântica: Pocahontas foi levada à força pelos ingleses aos 16 anos, catequizada nos moldes britânicos e convencida de que havia sido abandonada pelo pai. Rebatizada de Rebecca, casou-se com um inglês em 1614. O final não é feliz: Pocahontas provavelmente morreu aos 22 anos de tuberculose.

Tio-Sam

2. TIO SAM

O mito – O ícone dos EUA ficou famoso na 1ª Guerra Mundial, quando foi impresso em pôsteres convocando jovens para o Exército.

A realidade – É uma junção de duas pessoas diferentes. O nome veio de Samuel Wilson, que comercializava os barris de carne que alimentavam os soldados na 2ª Guerra da Independência dos EUA, em 1812. Já o cartum surgiu em 1870, inspirado em Abraham Lincoln.

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Mulan

3. MULAN

O mito – Surgiu em um poema escrito nos séculos 5 ou 6 na China. Mulan serve o Exército no lugar do pai, que não tem um filho homem mais velho para assumir o papel.

A realidade – Não há indícios de que a história tenha base em fatos. Mas o conflito realmente existiu: na época do poema, a China era dividida em norte e sul, e os dois lados guerreavam por causa de diferenças culturais.

Anastasia

4. ANASTÁSIA

O mito – A grã-duquesa Anastásia Nikolaevna, filha do czar Nicolau II, da Rússia, conseguiu escapar da execução de sua família por soldados na Revolução de Outubro, em 1917, e viveu escondida.

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A realidade – A princesa até existiu, mas não sobreviveu ao massacre. Em 1991, após várias mulheres dizerem ser Anastásia, a ossada da família foi exumada a comprovou-se a presença da moça – quem faltava eram seus irmãos, Alexei e Maria, identificados em 2007.

Zatoichi

5. ZATOICHI

O mito – Parecia apenas um andarilho cego que pedia esmolas pelas estradas do Japão por volta de 1830. Mas, na verdade, era um habilidoso samurai que protegia os indefesos.

A realidade – É fictício, mas celebrado como um herói nacional no Japão, onde já estrelou mais de 20 filmes.

Beowulf

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6. BEOWULF

O mito – É o personagem do principal poema da literatura inglesa medieval. Um herói nórdico, Beowulf luta contra monstros e dragões e morre no final.

A realidade – Pura ficção. Na época em que a história foi criada, desafiava o domínio da Igreja Católica com uma mensagem claramente pagã: é melhor lutar pela vitória do que esperar passivamente a providência divina.

Robin-Hood

7. ROBIN HOOD

O mito – Ladrão que roubava dos burgueses para dar aos pobres. É mencionado no poema Piers Plowman, de William Langland, publicado por volta de 1377. Contos posteriores expandiram o mito.

A realidade – Existe uma lápide de um Robin de Locksley, em Dewsbury, no condado britânico de Yorkshire, atribuída a Hood. Mas é impossível dizer com certeza se é dele. Como a lenda surgiu em contos orais e somente depois foi colocada no papel, não há registros históricos da existência do personagem.

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Merlin

8. MERLIN

O mito – Surgiu com o rei Artur, no século 12.

A realidade – Se existiu, foi durante a Antiguidade Clássica, entre os séculos 2 a.C. e 2 d.C., mas não há documentos comprovando. Sua figura de mago, profeta e conselheiro, no entanto, pode ser considerada uma generalização dos druidas. Ele teria pertencido a essa classe, que realmente existiu, segundo autores romanos.

Corcunda-de-Notre-Dame

9. CORCUNDA DE NOTRE DAME

O mito – Era um homem manco e deformado que se apaixonava pela cigana Esmeralda, segundo a obra Notre Dame de Paris, de Victor Hugo.

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A realidade – Em 2010, registros pessoais do escultor Henry Sibson foram analisados e descobriu-se referências a um corcunda que trabalhou em Notre Dame no século 19, na mesma época em que Hugo escreveu o romance. Fora isso, não há evidências de que existiu.

Rei-Artur

10. REI ARTUR

O mito – É vinculado à cultura celta. O personagem, surgido no século 12 com os contos sobre o reino fictício de Camelot, representaria o modelo cristianizado de rei perfeito, a influência da ideologia cristã na literatura.

A realidade – Não há documentos que comprovem, mas pode ter sido inspirado em um homem real, chamado Artof, que teria vivido entre os séculos 5 e 6 na Bretanha. Sua grande feito foi a vitória contra os saxões na batalha de Monte Badon.

Nicolau-Flamel

11. NICOLAU FLAMEL

O mito – Também chamado de “Nicolas”, era um alquimista francês que tentou descobrir o elixir da vida e a pedra filosofal. Citado em Notre Dame de Paris e em Harry Potter e a Pedra Filosofal.

A realidade – É real e viveu entre 1330 (ou 1340) e 1418. Além de ter estudado a vida eterna, ele escreveu O Livro das Figuras Hieroglíficas, de 1399, e teria conseguido converter outros elementos químicos em ouro.

Guilherme-Tell

12. GUILHERME TELL

O mito – Ganhou fama como um hábil arqueiro em 1307, época de uma revolta camponesa dos suíços contra o governo, regido pelos austríacos. Desafiado pelo governador a acertar uma maçã colocada na cabeça do filho, Tell acertou, salvando a vida de ambos.

A realidade – Houve uma revolta camponesa em 1308, mas nada de registros do arqueiro. Mesmo assim, é um herói na Suíça, homenageado em 18 de novembro.

Barba-Negra

13. BARBA NEGRA

O mito – Pirata sanguinário, Barba Negra destruía navios sem dó e enfiava fósforos acesos no cabelo para cheirar a enxofre.

A realidade – Existiu, era britânico e seu nome real era Edward Teach. Viveu na época de ouro da pirataria: nasceu em 1680 e morreu em 1718, quando um grupo de soldados e marinheiros enviados para liquidá-lo o balearam, esfaquearam e decapitaram.

Homero

14. HOMERO

O mito – Os textos da Ilíada e da Odisseia, obras escritas por volta do século 8 a.C., são atribuídos a ele.

A realidade – Tanto sua existência como sua autoria dos poemas são questionadas. Alguém de fato colocou essas histórias, que eram orais, no papel, mas é improvável que esse trabalho tenha sido feito por uma pessoa só e que seu nome verdadeiro tenha sido Homero.

Hércules

15. HÉRCULES

O mito – Chamado de Héracles na mitologia grega, era filho de Zeus com a mortal Alcmena. Foi encarregado de completar 12 trabalhos para se redimir depois de ter matado a família em um ataque de fúria.

A realidade – Não existiu. Assim como as outras histórias da mitologia grega, os personagens e os seus feitos foram criados para explicar os acontecimentos da vida. Héracles representa o herói como vencedor do caos pela restauração da ordem.

Helena-de-Troia

16. HELENA DE TROIA

O mito – Filha de Zeus e Leda na mitologia grega, Helena, então de Esparta, foi seduzida por Páris, filho do rei de Troia, o que causou uma guerra.

A realidade – A história está na Ilíada, mas as informações foram passadas para o papel séculos depois de supostamente terem acontecido. Não há nenhuma evidência de que existiu, mas, em 1870, arqueólogos descobriram ruínas que podem ter sido a Troia do poema.

Romulo-e-Remo

17. RÔMULO E REMO

O mito – Eram irmãos gêmeos que, abandonados, foram amamentados por uma loba e depois se tornaram fundadores de Roma em 753 a.C.

A realidade – Oficialmente fictícia, a história consta em registros de poetas e historiadores desde o século 5 a.C. Em 2007, foi descoberta uma caverna decorada com conchas, mosaicos e pedras-pomes, a qual arqueólogos acreditam poder ser o lugar onde a lenda se originou.

18. ÉRAMOS TRÊS (SÓ QUE NÃO)

A polêmica sobre o total de Reis Magos

Reis-Magos

A maioria dos personagens bíblicos é polêmica – quando não se duvida de sua existência, questionam-se seus feitos. Mas o problema dos Três Reis Magos é diferente: a quantidade. Não há nenhuma evidência histórica, nem mesmo na Bíblia, de que foram três homens que visitaram Jesus (ou mesmo de que eram reis). O que a Bíblia diz é que “alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém”, e a noção de que foram três surgiu por causa dos presentes: ouro, incenso e mirra. Ainda assim, a existência de “magos” (homens perambulantes) no Oriente foi registrada em documentos antigos

CONSULTORIA André Chevitarese, historiador e professor da UFRJ, e Álvaro Bragança Júnior, professor na pós-graduação de história comparada da UFRJ

FONTES Smithsonian, Princeton, National Geographic, Telegraph e The Guardian

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