Assine SUPER por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Teoria da Conspiração: as petrolíferas sabotaram o carro elétrico?

Ele está em cena desde o século 19 e teve um boom nos anos 90, mas não engrenou até agora. Alguns acham que seu fracasso foi uma conspiração

Por Julio Lamas
Atualizado em 28 mar 2023, 15h08 - Publicado em 4 mar 2016, 17h57
  • Seguir materia Seguindo materia
  • carro-eletrico carro-eletrico

    ILUSTRA Tato Araújo

    Publicidade

    Ele está em cena desde o século 19 e teve um boom nos anos 90, mas não engrenou até agora. Alguns acham que seu fracasso foi uma conspiração das poderosas indústrias de petróleo e automotiva. Será?

    Publicidade

    1) A estrada era lei

    A primeira onda moderna de carros elétricos começou em 1990, com a aprovação de um decreto na Califórnia que obrigava as sete maiores montadoras americanas a investirem em carros não poluentes. Se não obedecessem, seriam banidas do mercado automobilístico do estado. Aceitaram, claro, mas a contragosto

    Publicidade

    2) Guerra e carros gigantes

    A invasão do Iraque pelos EUA, em 2003, estabilizou o preço do petróleo e evitou uma iminente alta global nos combustíveis. Também popularizou carros monstruosos, como o Hummer, um 4×4 baseado em um jipe de guerra nada econômico. Ou seja: o conflito criou uma demanda e uma mentalidade opostas às dos carros elétricos

    Publicidade

    3) “Você não vai querer um carro assim, né?”

    O lobby do petróleo investiu pesado em propaganda negativa contra a autonomia dos elétricos. Para piorar, pesquisas das montadoras perguntavam aos consumidores se eles migrariam para esses modelos se soubessem que a autonomia seria limitada a 160 km – um jeito de enviezar a resposta para “não”

    Publicidade

    4) Muito longe das vitrines

    Os carros elétricos nunca foram produzidos em série, expostos em concessionárias ou vendidos ao consumidor de maneira simples. O EV1, da GM, por exemplo, só podia ser obtido em leasing temporário. As montadoras também proibiram que fornecedoras de peças elétricas divulgassem avanços na tecnologia dos seus produtos

    Publicidade

    5) Infiltrados no governo

    Em 2003, durante o governo Bush, o decreto que obrigava montadoras a investir em carros “limpos” foi derrubado. Curiosamente, Andrew Card, chefe de gabinete de Bush, havia antes sido diretor da American Automobile Manufacturers Alliance na Califórnia, que reúne as sete maiores montadoras de carros do país. E tem mais! O vice-presidente de Bush, Dick Cheney, foi CEO e diretor de conselho da Halliburton, uma gigante do petróleo

    6) Alternativas à alternativa

    Em vez de investirem nos veículos elétricos (uma tecnologia viável), as montadoras preferiram investir em versões “flex”, movidas a etanol e gasolina, ou na distante tecnologia do motor a hidrogênio. Assim, elas podiam dizer que estavam comprometidas com tecnologias limpas sem realmente mudar o mercado

    POR OUTRO LADO…

    Conspiração ou paranoia? Você decide

    – Para responder às acusações de autossabotagem, em 2006 a General Motors escreveu uma carta aberta em que afirmava que “apesar de investimentos substanciosos” o seu modelo elétrico, o EV1, se provou um “fracasso comercial”

    Continua após a publicidade

    – Na mesma carta, a empresa afirmou que não pôde vender seu carroelétrico no mercado porque não poderia garantir sua operação no futuro

    – Em 2009, porém, o novo CEO da GM declarou que um dos maiores erros que ele cometeu na carreira foi “matar” o carro elétrico da empresa, direcionando poucos recursos a seu desenvolvimento

    – A GM e outras montadoras de fato investiram em veículos flex, que são mesmo menos poluentes, e híbridos de eletricidade e combustão, populares nos EUA

    LEIA MAIS

    Continua após a publicidade

    Como funciona o carro elétrico?

    Como é o carro oficial do presidente dos EUA?

    Como fazer um carro a prova de roubo?

    Como será o carro do futuro?

    FONTES Sites General Motors, Honda, Toyota, Air Resources Board of California, Climate Progress, Winona Renewable Energy, Green Car Reports e Fuelly; jornais The Guardian, The New York Times e The Los Angeles Times; livros The Electric Car: Development and Future of Battery, Hybrid and Fuel-Cell Cars, de Michael Wesbrook, Fuel on the Fire: Oil and Politcs in Occupied Iraq, de Greg Muttit, e The Hype About Hydrogen: Fact and Fiction in the Race to Save the Climate, de Joseph J. Romm; e documentário Who Killed the Electric Car, de Chris Paine

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 12,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.