Assine SUPER por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Cresce a desconfiança com vacinas no Brasil, diz estudo

Estudo indica que um a cada cinco brasileiros ou tem medo de vacina ou as considera inúteis. E isso é um perigo para a saúde pública.

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 7 jun 2019, 14h19 - Publicado em 5 jun 2019, 19h50
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Em 2019, o movimento antivacina foi listado como uma das ameaças à saúde global pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Nos EUA, essa onda está provocando surtos de doenças não vistas há décadas – em janeiro, o Estado de Washington declarou estado de emergência por conta dos casos de sarampo, enfermidade que tinha sido erradicada do país 20 anos atrás.

    Publicidade

    No Brasil a situação é menos grave, mas ainda merece atenção. Um estudo brasileiro recente, feito pela Faculdade São Leopoldo Mandic em parceria com a London School of Hygiene and Tropical Medicine, mostra que os ideais antivacina crescem no país. De acordo com os resultados da pesquisa, que contou com 1000 voluntários, 4,5% dos pais se recusam a vacinar suas crianças, e outros 16,5% têm receio, ou não acham que isso tenha qualquer importância para a saúde de seus filhos. 

    Publicidade

    “Entre os pais mais jovens, o índice de insegurança é maior ainda, chega a 23%.” disse à SUPER o Prof. Dr. Marcelo Henrique Napimoga, coordenador do estudo e PhD em imunologia. “A gente acredita que, por esses pais não terem vivido uma época onde diversas doenças eram letais e deixavam sequelas permanentes, eles não consideram a vacinação contra elas tão importante. Acham que tudo bem não dar uma ou outra vacina – e acabam deixando seus filhos expostos a problemas graves”.

    Ainda pior que a ignorância sobre as benesses das vacinas é o medo. Os entrevistados anti-vacina disseram duvidar da eficácia delas e ter medo de efeitos colaterais.

    Publicidade

    “Acreditar nisso é prejudicial, porque as pessoas vacinadas formam uma “bolha protetora” contra a doença — o que chamamos que cobertura vacinal” disse Marcelo. “Quando se quebra essa bolha, quando pessoas que podem receber vacina não recebem, acaba desprotegendo todo o grupo, e isso expõe os brasileiros a várias doenças.”

    Como o limite máximo aceitável para crianças não-vacinadas é de 5%, os números apresentados pela pesquisa já sinalizam um alerta: “Se levarmos em conta os 4,5% que recusam vacina mais os 16,5% que hesitam, estamos com um índice extremamente alto”, disse o pesquisador. De fato. Caso a pesquisa represente uma amostragem fiel do país, temos que um em cada cinco brasileiros ou tem medo de vacina ou acha que elas são inúteis.

    Publicidade

    Péssima notícia. O Brasil, afinal, sempre foi referência mundial em vacinação pública. O último diagnóstico de poliomielite no país aconteceu em 1990 A vitória contra o sarampo também estava a caminho — o Brasil até recebeu um certificado de “país livre do sarampo” da Organização Pan-americana da Saúde (Opas) em 2016.

    Mas esses índices começam a entrar em perigo. No ano passado, a previsão era que 95% das crianças com menos de um anos de idade recebessem a vacina contra sarampo. Passou longe. O índice ficou entre 71% e 84%, dependendo da região – baixo o bastante para que a doença retorne. Polio, rubéola e difteria também ameaçam voltar.

    Publicidade
    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 12,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.