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A influência da perda auditiva na cognição

Ela está associada com um declínio cognitivo mais rápido, mostra estudo da USP.

Por Alessandra Gianella Samelli
20 out 2025, 14h00

Segundo estimativas da ONU, até 2050, espera-se que o número de pessoas acima de 60 anos dobre (atingindo mais de 2 bilhões). O envelhecimento é comumente acompanhado pelo declínio de diversas funções, incluindo a audição. Dados da OMS indicam aumento na prevalência da perda auditiva de 12% (a partir dos 60 anos) para mais de 58% (em pessoas acima dos 90 anos). Estima-se que, em 2050, a perda auditiva incapacitante esteja presente em 10% da população.

Em decorrência da perda auditiva, diversos prejuízos podem ocorrer, incluindo limitações na comunicação, vida profissional e interação social, assim como para a cognição, afetando a qualidade de vida. Um estudo publicado na Lancet em 2024 estimou que 7% dos casos de demência poderiam ser evitados, caso a perda auditiva fosse eliminada como fator de risco.

Um trabalho científico que faz parte do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), desenvolvido na USP e publicado recentemente, avaliou 805 pessoas por oito anos. Inicialmente, os participantes tinham de 35 a 74 anos. Durante o período, a cada três ou quatro anos, os indivíduos passaram por diversos exames, incluindo audiometria e avaliação da função cognitiva.

Os resultados mostraram que, entre os indivíduos avaliados, com média de idade de 51 anos na última avaliação, 7,7% apresentavam perda auditiva. Durante o seguimento de oito anos, verificou-se que a perda auditiva esteve associada a um declínio cognitivo global mais rápido, reforçando a necessidade de ações de prevenção e enfrentamento da perda auditiva em adultos e idosos.

A perda auditiva pode ser causada por diversos fatores, incluindo a exposição ao ruído e o uso de medicamentos ototóxicos, bem como pode ser potencializada pela presença de doenças crônicas. A relação entre a perda auditiva e o declínio cognitivo ainda não é totalmente compreendida. Dentre as possíveis hipóteses, acredita-se que a diminuição da entrada auditiva pode diminuir as informações para o cérebro, sobrecarregando outras áreas.

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O isolamento social causado pela perda auditiva também pode contribuir para o declínio da função cognitiva. Sendo assim, é fundamental que medidas de saúde pública sejam implementadas, buscando reduzir os prejuízos da perda auditiva, incluindo ações de prevenção ou reabilitação da perda auditiva, como o diagnóstico precoce e o fornecimento de dispositivos auxiliares de audição.

Alessandra Giannella Samelli é professora associada do Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da USP.

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