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Agora, onde tem fogo já não tem fumaça

Vem aí o cigarro sem fumaça, lançado experimentalmente no final do ano passado em três cidades do mundo. Ele não faz menos mal à saúde de quem fuma. Mas poupa quem está ao lado. Se emplacar, chegará ao Brasil em 2003.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h35 - Publicado em 31 mar 1997, 22h00

Fernando Valeika de Barros, de Paris, com Lúcia Helena de Oliveira

Queima diferente

Quando ele é tragado, em vez da nuvem espessa e cinzenta, o que sai da boca do fumante é apenas uma névoa clara e quase sem cheiro. Largado no cinzeiro, nem se vêem sinais de fumaça. É que no cigarro lançado pela multinacional R.J. Reynolds o tabaco não queima diretamente. Seus componentes são liberados pelo calor de uma chama que fica na ponta e não chega a tostar o fumo (veja como funciona nos infográficos abaixo). O Hi.Q, como está sendo chamado na Europa, ou Eclipse, seu nome na versão americana, está sendo testado em três cidades: Chattanooga, nos Estados Unidos, Augsburg, na Alemanha, e Estocolmo, capital da Suécia.

“Para o fumante passivo, é o fim do problema do mau cheiro e, melhor, ele não tem a saúde tão prejudicada”, diz o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, da Universidade Federal de São Paulo, que passou sete anos na Inglaterra se especializando na dependência de drogas como a nicotina. Mas não se sabe se o fumante também gostará do novo produto. “É a nicotina que vicia o sistema nervoso”, explica Laranjeira. “E o novo cigarro libera a nicotina, saciando o cérebro. A questão é que existem mais de 4 000 substâncias resultantes da queima do tabaco que não viciam, mas causam sensações de sabor.” Nem todas elas são liberadas com a mesma intensidade no Hi.Q. Será que o consumidor se acostumará com essa falta? “É uma questão de hábito”, aposta otimista Axel Gietz, diretor da Reynolds em Genebra, na Suíça.

Como funciona o novo cigarro

O calor desprende as substâncias sem queimar e sem esfumaçar o ambiente.

Onde está o fogo

Um cilindro de carbono fica na ponta. Uma vez aceso, ele se mantém incandescente.

Para reter o calor

Fibras de vidro, que são isolantes térmicos, não deixam o calor se dissipar.

Na hora de inalar

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O calor volatiliza a nicotina assim como a água quente libera os componentes do chá.

O filtro esburacado

Muito poroso, ele retém boa parte dos ingredientes. Por isso, o novo cigarro é ultra-light.

Entre uma tragada e outra

Compare o cigarro sem fumaça e o convencional.

Esperança de sucesso

A expectativa é de que o novo produto conquiste 1% do mercado nos lugares em que está sendo testado. Se fizer sucesso, o Hi.Q será lançado no ano 2000 em toda a Europa e nos Estados Unidos.

Opinião de fumantes

A modelo e atriz Adriane Galisteu detestou: “Foi uma das minhas piores experiências. Eles não capricharam no gosto. E depois a graça de fumar está na fumaça.” Já o jornalista Flávio Dieguez, editor sênior da SUPER, achou razoável: “Estranhei porque não fumo cigarros ultra-light. Mas quem prefere esse tipo pode se acostumar.”

O novo e…

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O Hi.Q libera 90% menos fumaça. Nela, 20% são nicotina e outros particulados nocivos. O resto, 80%, são vapor de água e glicerina.

1 – A pouca fumaça leva só 3 segundos, em média, para se dissipar.

2 – Cerca de 7 minutos é o tempo até o cigarro se apagar. Só produz cinza na ponta, ficando quase inteiro.

3 – No final, joga no ar 0,2 miligrama de nicotina.

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4 – Se a fumaça fosse condensada, seria possível juntar 3 gramas de substâncias sólidas.

…o normal

A nicotina e outros particulados nocivos são 80% da fumaça do cigarro convencional. Só 20% são de água e glicerina.

1 – A fumaceira demora, em média, 7 segundos para se dissipar.

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2 – Leva 10 minutos para ser consumido.

3 – No final, joga no ar 1,1 miligrama de nicotina, se é do tipo ultra-light , e até 6 miligramas se é forte.

4 – Condensada, a fumaça resulta em 12 a 15 gramas de substâncias sólidas.

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