Barbosa nunca mais jogou pela seleção depois do maracanaço
Ele voltou a defender o Brasil em mais um jogo, 3 anos depois. Mas morreu atormentado pela lembrança da derrota na Copa de 1950
Reportagem Artur Fonseca
Moacir Barbosa Nascimento, ou simplesmente Barbosa, entrou para o imaginário popular como culpado pela derrota do Brasil frente ao Uruguai, no jogo decisivo da Copa do Mundo de 1950. Naquele dia 16 de julho, em pleno Maracanã, aconteceu uma das maiores tragédias – senão a maior – na história do futebol brasileiro. Nossa seleção precisava apenas de um empate para sagrar-se campeã. Mas tomou um gol há 10 minutos do final da partida. Resultado: 2 a 1 para os uruguaios. Barbosa foi acusado de ter falhado no lance. E sua vida, tanto pessoal quanto profissional, nunca mais seria a mesma dali em diante.
Mas se engana quem acredita que, depois do Maracanaço, como ficou conhecida a derrota, o goleiro nunca mais defendeu nossa seleção. Ele voltou a ser convocado, sim, e foi titular em mais uma partida: a vitória do Brasil sobre o Equador por 2 a 0, no dia 12 de março de 1953, em jogo válido pelo Campeonato Sul-Americano (a atual Copa América). Ou seja: o gol marcado pelo atacante uruguaio Ghiggia na final da Copa de 1950 foi o último sofrido por Barbosa com a camisa da seleção brasileira.
Naquele mesmo ano, 1953, o goleiro quebraria a perna num jogo do Vasco da Gama (clube que defendia) contra o Botafogo. Parou por um tempo, enquanto se recuperava, e voltou a jogar até 1955. Daí em diante, sua carreira entrou em declínio. Barbosa morreu em 2000, aos 79 anos, em Santos, onde vivia recluso ao lado de uma filha – sem conseguir se livrar da marca de vilão do Maracanaço.
Brasil 2 – Equador 0
Saiba como foi o último jogo de Barbosa pela seleção
COMPETIÇÃO – Campeonato Sul-Americano (atual Copa América).
LOCAL – estádio nacional (lima, peru).
DATA – 12 de março de 1953.
GOLS – Ademir (11 minutos do 1° tempo) e Cláudio (10 minutos do 2° tempo).
ESCALAÇÃO – Barbosa, Pinheiro, Ely e Cláudio; Baltazar, Rodrigues, Djalma Santos, Alfredo Ramos e Brandãozinho; Didi e Ademir.
TÉCNICO – Zezé Moreira.