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Boas novas sobre o câncer: equipamentos, remédios e genética

Drogas mais poderosas, coquetéis de medicamentos, mais eficientes equipamentos, combinação de quimio e radioterapia. Com essas armas, os médicos bloqueiam a doença e garantem: nem mesmo a metástase representa hoje uma sentença de morte irrecorrível.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h34 - Publicado em 30 jun 1993, 22h00

Lúcia Helena de Oliveira, Gisela Heymann de P440823aris

Neste exato momento, há um verdadeiro motim no organismo de cerca de17,5 milhões de pessoas. Este é o número estimado de vítimas de câncer ao redor do planeta. Nelas, determinadas células se transformaram em aliens, crescendo monstruosamente. E, pior, rebelam-se contra uma norma básica do funcionamento do corpo humano — a de que cada célula tem o seu próprio canto. Com seu comportamento duvidoso elas podem se desgrudar do órgão de origem, pegar carona na corrente sangüínea e, finalmente, instalar-se em outra região qualquer do corpo. Quando isso acontece, a chamada metástase, a confusão que já estava armada costuma se tornar uma ameaça fatal: o câncer é a causa da morte de uma em cada dez pessoas, no mundo inteiro. Não foi à toa que mais de 14 000 cientistas se reuniram em Orlando, nos Estados Unidos, entre 16 e 18 de maio, no 29.º Encontro da Sociedade Americana de Oncologia Clínica. Estavam lá para discutir as mais novas estratégias de repressão às células cancerosas. Com o arsenal de que a Medicina dispõe hoje em dia, metade dos casos da doença são resolvidos e o organismo volta a fun-cionar em plena ordem. Mas esse prognóstico tende a melhorar ainda mais com as descobertas recentes.

“O câncer nunca vai desaparecer da face da Terra. Quero dizer, jamais surgirá uma espécie de super-remédio, capaz de liqüidá-lo”, acredita o cancerologista paulista Antonio Dráuzio Varella, um dos 42 especialistas brasileiros presentes ao encontro. “No entanto, no futuro, a doença poderá ser acuada pela combinação de diversas táticas terapêuticas.” A opinião faz coro com a tendência apontada pela maioria dos médicos palestrantes em Orlando: a melhor maneira de vencer as células cancerosas será jogar com todas os trunfos ao mesmo tempo. Ou seja, atacar o tumor com coquetéis de drogas, radiação e cirurgias cada vez mais precisas. Sem deixar de lado as armas que os geneticistas vêm desenvolvendo, como os anticorpos monoclonais, por exemplo — moléculas defensoras sintetizadas em laboratório, projetadas como se fossem mísseis teleguiados dirigidos contra as células malignas.

A idéia de cercar o câncer por todos os lados parece óbvia, mas não é. Até poucos anos atrás, muitas vezes os médicos tinham de frear o ímpeto do tratamento, por causa das condições do paciente. Explica-se: a radiação e a quimioterapia especializam-se em destruir células que se dividem rapidamente. Esta é uma característica das células tumorais— mas não apenas delas. Certas espécies sadias também se reproduzem velozmente. É o caso das células imunológicas, que se renovam a cada quatro ou cinco dias, aproximadamente. Por causa desse pique elas terminam arrasadas pelos tratamentos anticâncer. O mesmo acontece com as células que estão na raiz dos cabelos e por isso o paciente pode ficar careca durante o tratamento.

Segundo o cancerologista Arthur Katz, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, muitos tumores poderiam ser destruídos com as drogas já existentes, se fosse possível usá-las em intervalos menores do que as três semanas de praxe. Esse prazo permite ao doente recuperar-se da verdadeira agressão sofrida durante a sessão de tratamento. “Se fizéssemos isso, porém, o tumor morreria e o paciente também”, esclarece Katz. “Por isso, a meu ver, um dos temas mais interessantes do encontro de Orlando foi a terapia de suporte, como chamamos o uso de remédios que ajudam o doente a suportar melhor o tratamento do câncer.” Para essa terapia de suporte os médicos dispõem de novos remédios, surgidos nos últimos três anos, que estimulam a medula a se recuperar mais rapidamente.

Alguns cientistas apostam que uma das áreas de maior desenvolvimento na pesquisa do câncer, no futuro próximo, será a do diagnóstico. E, no caso, eles não se referem apenas a equipamentos modernos, como o tomógrafo computadorizado, capaz de flagrar tumores de tamanho mínimo. O quente mesmo, em matéria de prevenção do câncer, será bisbilhotar os genes de um paciente, para verificar se ele possui eventual tendência a desenvolver tumores. “Isso poderá ser feito nas maternidades”, diz Dráuzio Varella. “Assim, já saberemos que certo bebê não poderá fumar quando for adulto, porque corre sérios riscos de ter câncer de pulmão ou de estômago. Outro terá de evitar traumatismos, por ter uma bela chance de criar um tumor ósseo”, exemplica. Varella não esconde o fascínio com essa possibilidade, discutida com fervor durante o encontro. “Aprendi na faculdade que Medicina preventiva se resumia a água encanada, esgoto, vacina”, conta. “Em Cancerologia, claro, pregávamos ainda coisas como o abandono do cigarro e uma dieta rica em vitaminas. Sinceramente, não imaginava, na época, que teríamos uma fórmula para cada organismo prevenir exatamente o câncer que o ameaça.”

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Segundo o pesquisador americano Michael Gottesman, do Instituto Nacional do Câncer, os testes genéticos devem se tornar rotina ainda nesta década. “Estamos avançando bastante no sentido de descobrir os genes relacionados a cada tipo de câncer”, revela ele. “Por sua vez, os exames para identificar genes específicos nos cromossomos de uma pessoa estão se tornando mais práticos e viáveis. Enfim, tudo caminha tão bem que temos de começar a debater questões éticas. Por exemplo: uma empresa, ao contratar um empregado, poderá ter acesso a esse tipo de informação?” As companhias de seguro americanas, por sinal, não escondem o seu interesse, porque os clientes com câncer acabam custando muito caro. “Haverá, talvez, discriminações”, preocupa-se Gottesman desde já.

O papel dos genes no desenvolvimento de tumores foi revelado apenas nos anos 80. Até então, acreditava-se que o câncer era conseqüência direta de uma agressão química — o contato com o tabaco do cigarro, por exemplo. Ou, ainda, de um insulto físico, como o excesso de radiação solar.Mas, no fundo, os cientistas desconfiavam que as coisas não funcionariam exatamente dessa maneira. Porque se, por hipótese, um grupo de pessoas fosse igualmente exposto a uma substância radioativa, nem todas desenvolveriam câncer. Os pesquisadores sabiam disso, ou seja, que algumas pessoas parecem mais propensas do que outras.

Há cerca de doze anos, descobriu-se aparentemente a chave do enigma, que seriam os genes responsáveis pela multiplicação das células. Eles foram chamados de oncogenes, nome que significa genes do câncer, porque a princípio lhes atribuíram total culpa pela doença. Logo em seguida, porém, foram identificados os chamados genes supressores que, ao contrário dos oncogenes, reprimem o crescimento celular. “Hoje se sabe que metade dos casos de câncer tem a ver com uma mutação no gene que fabrica a proteína P53”, revela Pierre May, pesquisador do CNRS ( do francês, Centro Nacional de Pesquisas Científicas), em Paris.

Essa proteína, que ele isolou em 1979, parece ser acionada quando os oncogenes exageram na ordem de multiplicar as células. A P53, então, se fixa em uma parte do DNA, impedindo-o de insistir no erro. Isto é, isso ocorre numa célula normal. Porque, numa célula cancerosa, a P53 não repara esse terrível engano. “A célula se torna imortal”, conclui o cancerologista Narciso Escaleira, de São Paulo. “Se você colocar uma única célula cancerosa em um tubo de ensaio, com nutrientes suficientes como há no organismo, ela continuará se reproduzindo durante séculos ou, quem sabe, milênios”, supõe.

Embora se reproduzam rapidamente, as células cancerosas não fazem estardalhaço. A maior dificuldade dos médicos é que a doença costuma ser detectada em estados avançados . “Um tumor do tamanho de uma bola de gude no estômago, que é um órgão elástico, não atrapalha em nada o seu funcionamento”, exemplifica Escaleira. “Daí que, em geral, a pessoa sente mal-estar quando a lesão alcança o diâmetro aproximado de uma bola de tênis.” Para se ter uma idéia, o câncer chega a um tamanho considerado crítico quando soma 1 milhão de células malignas, o que equivale a cerca de 1 miligrama de um tumor. Então, um pouco maior do que uma cabeça de alfinete, ele começa a botar suas mangas de fora. Ou melhor, passa a liberar proteínas que estimulam a formação de novos vasos sangüíneos. Embebedar-se do líquido nutritivo das células vizinhas já não lhe basta mais — o tumor precisa alimentar-se com os nutrientes do sangue.

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O problema é que os vasos sangüíneos recém-criados também liberam substâncias que estimulam o crescimento do tumor, criando um nefasto mecanismo de mão-dupla. “À medida que cresce, o tumor vai descamando. Mas as células perdidas, imortais, vão procurar abrigo em outro órgão.” Esse fenômeno, a metástase, acontece em sete de cada dez casos de câncer no Brasil, por falta de exames preventivos. Quando o câncer se espalha, é fundamental para o especialista descobrir onde o tumor surgiu primeiro. Uma célula maligna da mama que escapa para o pulmão não irá formar ali, em seu segundo endereço, um tumor típico das células respiratórias. O exame de laboratório revela que o tumor nos pulmões é, na realidade, um amontoado de células malignas de mama, no lugar errado. Nada impede que essas células partam do pulmão para um terceiro órgão, como o fígado. Ainda assim, serão sempre células malignas de mama esparramadas pelo corpo. E como tais devem ser tratadas, isto é, não importa onde esteja o tumor metastásico — tumor que veio de um ponto distante — , ele deve ser atacado com terapias eficazes para a mama, se é nela que está o tumor primário, como dizem os médicos.

“As terapias genéticas vão representar, nos próximos anos, a melhor tática para resolver esses casos de metástase”, prevê Steven Rosenberg, do Instituto Nacional do Câncer, nos Estados Unidos, pioneiro na manipulação de genes para tratar câncer humano. “Metástase não é sentença de morte. Algumas pessoas se curam, mesmo quando os médicos encontram dois ou três tumores no seu organismo. Mas a quimioterapia nesses casos é tremendamente agressiva para os pacientes”, opina.

Em 1989, Rosenberg testou pela primeira vez uma terapia para aumentar a capacidade do organismo de contra-atacar tumores. Transformou-se numa estrela e criou algumas inimizades nos meios científicos. Muita gente discute a eficiência de sua técnica, alegando que os resultados não são tão bons em seres humanos quanto em animais de laboratório. “Acho que o problema está no vetor, quero dizer, no vírus usado para injetar genes de substâncias tóxicas para o tumor nas células de defesa”, revela. “Atualmente, busco vetores mais interessantes, desse ponto de vista. E não vou desistir”, diz, com um sorriso desafiador.

O cientista, porém, teve uma participação discreta no encontro de Orlando. Em vez de falar para duas ou três mil pessoas, público médio das outras palestras do evento, preferiu dar uma aula fechada, que oferecia apenas trinta vagas para cientistas dispostos a pagar quase 100 dólares para ouvi-lo durante duas horas. Também saiu do hotel em que estava hospedado, para evitar o assédio. “Não estou fazendo mistério”, garante. “Simplesmente aguardo o desfecho das minhas novas experiências. Isso é comum no meio científico.” O fato é que a terapia genética ainda desperta algumas desconfianças. “O problema é que muitas pessoas esperam que a manipulação dos genes seja uma panacéia”, analisa o professor Rein Saral, da Universidade Emory, em Atlanta. “E, como não é, ficam de certa maneira decepcionados.” Segundo ele, que mediou um dos mais animados debates sobre o assunto, em Orlando, a terapia genética deve ser considerada apenas mais um recurso, que não deverá eliminar os outros já existentes, mas, sim, se unir a eles: “Nessa linha de pesquisa genética, surgem muitas técnicas interessantes, que visam, por exemplo, tornar as células tumorais mais reconhecíveis pelo sistema imunológico ou mais frágeis em relação às drogas”, exemplifica. “É preciso olhar para isso tudo com bons olhos.”

Um dos trabalhos que atraiu atenção era importado de São Paulo, mais especificamente do Hospital das Clínicas. O grupo coordenado pela médica Angelita Gamma está desenvolvendo um tratamento alternativo para o câncer de reto. “O que se fazia, convencionalmente, para se tratar esse tumor era a colostomia”, explica o médico René Gansl, que fez parte da equipe paulistana. “Isto é, uma cirurgia em que se retira essa porção do intestino. E a pessoa ficava, para o resto da vida, evacuando por um saco, preso no abdome. Isso, claro, era ruim do ponto de vista prático e, mesmo, psicológico.” Os médicos brasileiros experimentaram no tratamento de setenta pacientes uma combinação, ao que parece perfeita, de quimio e radioterapia. “Em 40% dos casos, o tumor desapareceu”, revela Gansl.“No entanto, é preciso ter cautela. Os primeiros tratamentos foram realizados há dois anos. Acho que é preciso esperar pelo menos um terceiro ano, para ver se o tumor não volta.” Segundo o médico, se der certo, o tratamento poderá beneficiar doentes com tumores pequenos e baixos, isto é, próximos ao ânus. “O melhor é que é uma terapia muito bem tolerada pelo organismo, o que em termos de câncer nem sempre é fácil conseguir. Nosso paciente mais velho tinha 85 anos. Foi um sucesso”, conta o médico.

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Tolerância é sempre uma questão importante quando se discute o tratamento do câncer. Isso porque, em geral, as drogas aplicadas costumam promover uma série de estragos em órgãos sadios, numa cascata de efeitos colaterais. O taxol, droga desenvolvida pelos americanos, é um caso típico. Parece ser extremamente eficiente para câncer de ovário e de mama. Ocorre que uma em cada nove mulheres nos Estados Unidos apresenta tumor nos seios. Pressionado por tais números, o governo americano apressou a aprovação de seu uso. Muitos especialistas acreditam que o taxol acabou sendo aprovado antes da hora, pois deveria ser melhor estudado por causa dos problemas cardíacos que provoca.

Durante o encontro, porém, foram apresentados nada menos do que 25 estudos elogiando os seus efeitos — a droga funciona naqueles tumores de mama em que outros medicamentos já não faziam efeito e, ainda, no caso do câncer de ovário, pode mostrar resultados melhores do que qualquer outra droga. Há um obstáculo — e este é de produção. O taxol é extraído do tronco do teixo, árvore típica das costas do Pacífico e é preciso serrar 1 000 exemplares dessa espécie para obter 2,5 quilos do produto. Por volta de 1986, muitos cientistas começaram a prever o drama de demanda, se o taxol fos-se aprovado. E, por isso, dispararam uma corrida atrás de um medicamento análogo.

A melhor idéia, ao que tudo indica, foi a do químico Pierre Potier, do CNRS, na França. Ele trocou o tronco pelas folhas do teixo e extraiu uma molécula muito semelhante à do taxol. Só que, além de ser produzida em quantidades muito maiores, segundo alguns estudos, a molécula de taxotere, como foi batizada, é ainda mais interessante do que a primeira droga, que inspirou o seu desenvolvimento. “Há sinais de que o taxotere pode ser uma excelente opção para destruir uma variedade de tumores, como o de estômago e o do pâncreas, além do tumor de mama”, diz a cientista belga Martine Piccart Gebhart, do Instituto Jules Bordet, de Bruxelas. Martine está testando o taxotere desde seu aparecimento e não escondeu o entusiasmo às 4 000 pessoas que ouviram sua palestra. “O taxotere por enquanto não demonstrou toxicidade para o coração.”

No entanto, Martine admite que a nova droga tem outro efeito colateral: “Ela provoca edemas, que fazem o paciente engordar de 10 a 15 quilos, durante o tratamento, por causa da retenção de líquidos”, diz. “Mas, até o momento, estávamos dando o taxotere sozinho, sem estar combinado com outros medicamentos. Por isso, há a esperança de que esse efeito indesejável possa ser controlado com o uso em conjunto de remédios diuréticos.”

Mas mesmo os resultados fantásticos do taxotere devem ser analisados com cautela. A pesquisa do câncer, sob certo ponto de vista, é um jogo de paciência, em que é preciso invariavalmente esperar cinco anos para ter a resposta final. “Se o paciente enfrenta esse período sem apresentar novos episódios de câncer, é muito provável que nenhuma célula maligna tenha escapado daquele tumor desaparecido”, explica o professor Antonio Sérgio Petrilli, da Escola Paulista de Medicina. “Só então a gente comemora.”

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Em certos tumores, como os de próstata, os cientistas já identificaram substâncias secretadas pelas células malignas. Batizadas de marcadores tumorais, elas podem ser flagradas em exames simples de sangue e, assim, delatar cânceres que, de tão pequenos, ainda não aparecem em exames sofisticados como o de tomografia ou ressonância magnética. Quando os resultados acusam a presença de marcadores, os médicos não perdem tempo e entram logo com tratamentos agressivos, como a quimioterapia. A esperança, apontada pelos cientistas, é o aparecimento de marcadores para cada tipo.

Para saber mais:

Um gene contra o câncer

(SUPER número 7, ano 3)

Uma guerreira contra o câncer

(SUPER número 3, ano 8)

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A sentença é genética

(SUPER número 11, ano 8)

Números assustadores

De cada nota de 100 dólares que se gasta para combater os mais diversos tipos de doenças, no mundo inteiro, 10 dólares são aplicados no tratamento do câncer. Apenas 5% desses recursos, porém, estão nos chamados países em desenvolvimento, em que morreram 2,5 milhões de pessoas por causa de tumores malignos, só no ano passado; os países avançados, por sua vez, tiveram 2,3 milhões de vítimas. Em todo o planeta, 9 milhões de pessoas desenvolvem algum tipo de câncer a cada ano.

O problema, claro, custa caro. Nos Estados Unidos, o Instituto Nacional do Câncer estima que o país sofreu um prejuízo de 12 bilhões de dólares em 1992, provocado pelas faltas ao trabalho dos doentes e pela morte de pessoas ativas na sociedade. No Brasil, o mal se agrava no bolso da vítima: em junho passado, as pacientes com câncer de útero, por exemplo, tinham de gastar algo em torno de 104 milhões de cruzeiros por mês.

Os campeões de incidência

Homem

Próstata – 165 000

Pulmões – 100 000

Bexiga – 39 000

Intestino – 77 000

Linfoma – 28 500

Boca – 20 300

Melanoma – 17 000

Rim – 16 800

Leucemia – 16 700

Estômago – 14 800

Pâncreas – 13 500

Laringe – 10 000

Mulher

Mama – 182 000

Intestino – 75 000

Pulmões – 70 000

Útero – 44 500

Linfoma – 22 400

Ovário – 22 000

Melanoma – 15 000

Pâncreas – 14 200

Bexiga – 13 300

Leucemia – 12 600

Rim -10 400

Boca – 9 500

Principais causadores de mortes

Homem

Pulmões – 93 000

Próstata – 35 000

Intestino – 28 800

Pâncreas – 12 000

Linfoma – 11 500

Leucemia – 10 100

Estômago – 8 200

Esôfago – 7 600

Fígado – 6 800

Cérebro – 6 600

Rim – 6 500

Bexiga – 6 500

Mulher

Pulmões – 56 000

Mama – 46 000

Intestino – 28 200

Ovário – 13 300

Pâncreas – 13 000

Linfoma – 10 500

Útero – 10 100

Leucemia – 8 500

Fígado – 5 800

Cérebro – 5 500

Estômago – 5 400

Tumor de músculo – 4 600

Cada vez mais fundo, sem destruir células sadias

Foi nos anos 20 que se descobriu a capacidade da radiação ionizante de destruir tumores — no caso, os raios X de baixa penetração. “A radia-ção altera os cromossomos, impedindo a reprodução da célula”, explica o médico João Víctor Salvajoli, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. “Na verdade, ela não seleciona as células malignas das benignas. Mas, não se sabe o motivo, as benignas têm maior poder de recuperação”. De todo modo, entre os avanços da radioterapia, estão aparelhos de alta precisão, que acertam o tumor em cheio, arrasando o mínimo das células sadias de sua vizinhança. “Eles surgiram graças ao desenvolvimento da computação gráfica”, conta Salvajoli, enquanto mostra a imagem de um câncer na tela do computador. A máquina desenha o contorno da lesão e ajuda a programar as doses do tratamento, em cada um de seus ângulos.

Outro fato a se comemorar é que os equipamentos mais recentes, como os poderosos aceleradores lineares, produzem radiação que alcança pontos mais profundos. Explica-se: nas famosas unidades de cobalto, o ponto de radiação máxima era a 1,5 centímetro abaixo da pele. Ou seja, se o desejado era atacar um tumor a 3 centímetros de profundidade, na garganta, por exemplo, com determinada dosagem de radiação, o médico tinha de programar o aparelho para aplicar o dobro dessa quantidade. Assim, quando a radiação chegasse a 3 centímetros sob a pele, teria caído pela metade, ficando no estipulado. Hoje, os aceleradores lineares atingem até 4 centímetros sob a pele. “Com isso, a necessidade de aumentar as doses diminui bastante”, explica Salvajoli. “E a agressividade do tratamento também.”

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