Cientistas americanos, que no ano passado realizaram o primeiro transplante de células nervosas de fetos humanos no cérebro de macacos sadios, querem provar que a cirurgia pode servir para o tratamento de graves doenças neurológicas – por exemplo, o mal de Parkinson. Pesquisadores de outros países, como Suécia e México, também tiveram essa idéia e chegaram a realizar transplantes em seres humanos doentes – mas, ao que tudo indica, as células implantadas não sobreviveram. O mesmo não aconteceu com a vitoriosa experiência dos americanos: após dois meses e meio, as células humanas se multiplicaram, formando redes de nervos no cérebro dos macacos.
O mais importante, porém, é que em dois de cada três macacos essas células mostram sinais de que estão produzindo dopamina, o neurotransmissor fabricado no cérebro que falta em pessoas com Parkinson. Agora os cientistas pretendem repetir a cirurgia, desta vez em macacos com a doença. Só assim saberão se a quantidade de dopamina produzida pelas células implantadas é suficiente para curar ou, ao menos, atenuar os sintomas do mal.