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Cientistas descobrem mecanismo no cérebro que pode explicar enxaqueca

Estudos em ratos revelaram doze proteínas que transmitem sinais de dor ao nervo trigêmio por meio do fluido que circunda o cérebro.

Por Bela Lobato
15 jul 2024, 12h00

Para um terço das pessoas que sofrem de enxaqueca, tudo começa com a chamada aura: riscos brilhantes e coloridos surgem no campo de visão, deixando grandes manchas escuras logo depois. Tem gente que perde a visão periférica. E então em menos de uma hora e tão de repente quanto surgiu ela desaparece. Resta só uma dor de cabeça fortíssima. 

Apesar de afetar um em cada cinco mulheres e um em cada vinte homens, os mecanismos que causam a enxaqueca ainda não são totalmente conhecidos. Esta reportagem de 2018 da dá um panorama completo da doença.

Agora, um novo estudo, publicado nesta quinta (4) no periódico Science, descobriu um mecanismo bioquímico que pode explicar a conexão entre a aura e a dor de cabeça da enxaqueca. Estudando camundongos, os pesquisadores identificaram moléculas que circulam no fluido que banha o cérebro e são responsáveis por transmitir sinais que provocam a dor de cabeça característica da enxaqueca.  

A questão é que o cérebro em si não contém neurônios sensíveis à dor. Qualquer sinal de que há algo errado com o órgão precisa primeiro ser transmitido para fora, para o sistema nervoso periférico, e só então convertido na sensação ruim. Agora, os pesquisadores identificaram uma das formas pelas quais o corpo faz isso: é uma rota que parte desse fluido em direção aos gânglios do trigêmeo, que inervam a cabeça e o rosto.

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“Identificamos uma nova via de comunicação e várias moléculas que ativam os nervos sensoriais no sistema nervoso periférico. Entre as moléculas identificadas estão aquelas já associadas à enxaqueca, mas não sabíamos exatamente como e onde a ação indutora da enxaqueca ocorria”, disse Martin Kaag Rasmussen, pós-doutorando da Universidade de Copenhague e primeiro autor do estudo. 

“A definição da função desses pares de ligantes-receptores recém-identificados pode permitir a descoberta de novos alvos farmacológicos, que poderiam beneficiar a grande parte dos pacientes que não respondem às terapias disponíveis”, completa Rasmussen.

Os pesquisadores também observaram que o transporte de proteínas liberadas em um lado do cérebro atinge principalmente os nervos do gânglio trigeminal do mesmo lado, o que pode explicar por que a dor ocorre em um lado da cabeça durante a maioria das enxaquecas.

No entanto, ainda existem questões a serem exploradas, como o motivo pelo qual apenas a cabeça é afetada pela dor, enquanto outras partes do corpo inervadas pelos gânglios do trigêmeo são poupadas. 

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Embora ainda seja necessário compreender se os mecanismos são os mesmos em humanos, os resultados representam um avanço na compreensão da enxaqueca e podem abrir portas para a criação de novos tratamentos. Entre as moléculas transmissoras estão 12 proteínas, das quais “muitas são potenciais novos alvos para potenciais medicamentos”, dizem os autores no artigo. 

Também é necessário entender melhor o fluido cerebral enquanto via de comunicação, já que isso poderia explicar as associações clínicas entre lesões cerebrais traumáticas, distúrbios do sono e dor de cabeça pós-traumática.

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