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Compensar noites maldormidas no fim de semana reduz risco de doenças cardíacas

Um estudo com mais de 90 mil participantes mostrou que compensar horas de sono no domingão pode ser bom jeito de cuidar da saúde em longo prazo.

Por Eduardo Lima
30 ago 2024, 19h00

Gosta de ficar na cama até mais tarde no fim de semana? Os cientistas te dão razão: dormir mais no domingão para compensar os dias de semana pode diminuir o risco de doenças cardíacas em 20%.

É isso que mostra uma nova pesquisa que será apresentada no ESC Congress 2024, o congresso anual da Sociedade Europeia de Cardiologia.

O trabalho e os estudos durante a semana podem contribuir para uma rotina de sono bagunçada, com menos horas de descanso que o indicado.

Porém, o sono compensatório, que tenta repor o tempo perdido da semana, seria capaz de diminuir os riscos de doenças no coração decorrentes desse problema – uma conclusão que vai na contramão de outros estudos já publicados sobre o tema.

De onde vem os dados

Para chegar a essas conclusões, os cientistas usaram os dados de 90.903 pessoas cadastradas no UK Biobank, um biorrepositório do Reino Unido que armazena dados variados sobre os cidadãos do país para usá-los em pesquisas.

A privação de sono foi medida de acordo com quantas horas de sono cada voluntário reportou ao banco. Com menos de sete horas por noite, já dá para entrar nessa categoria, em que se enquadram quase 22% dos participantes no estudo.

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O resto dos participantes talvez tenha tido noites maldormidas ocasionais, mas não passava por uma privação de sono constante.

Para saber quem tinha problemas cardíacos, os pesquisadores analisaram dados de internação e de óbito. Nos prontuários médicos, encontraram diagnósticos de problemas do coração como infarto e doença arterial coronariana.

A maioria dos participantes do UK Biobank tinha dados de pelo menos 14 anos de acompanhamento médico.

Com isso, eles perceberam que as pessoas que praticavam sono compensatório tinham 19% menos chance de ter problemas cardíacos do que aqueles que não dormiam um pouco a mais nos finais de semana.

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Sempre vale lembrar, diante de estudos desse tipo, que correlação e causação são coisas diferentes, ou seja: pode haver outros motivos pelos quais os dorminhocos de final de semana têm menos risco de sofrer de problemas cardíacos.

Por exemplo: talvez essas pessoas sejam menos ansiosas, em média, o que explicaria tanto a menor propensão à doenças cardíacas quanto a maior propensão a sonecas.

Seja como for, fica a dica de rolê baseado em evidências para o próximo fim de semana: descanse um pouco. Mal não faz.

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