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Descoberta de 63 genes vai melhorar testes de saliva para câncer de próstata

O DNA se torna uma arma cada vez mais precisa para identificar homens que fazem parte do grupo de risco antes que eles desenvolvam a doença.

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 13 jun 2018, 16h46 - Publicado em 13 jun 2018, 16h33

Um estudo publicado na Nature na última segunda (11) por três pesquisadores revelou 63 loci genéticos associados ao câncer de próstata. Esses indicadores inéditos se somam aos cerca de 100 que já eram conhecidos, e tornam a caracterização da doença ainda mais precisa. O Instituto de Pesquisas sobre Câncer (ICR) do Reino Unido já está usando as informações disponíveis no estudo para criar um novo teste – que usa DNA da saliva para avaliar a propensão que um homem tem a desenvolver a doença antes que ela se manifeste. O método ainda está em fase experimental. 

Para traduzir: um loci genético é uma posição fixa no cromossomo, onde um gene com uma determinada função deve ser encaixado. Qual gene? Aí depende da pessoa. Para dar o exemplo mais simples possível: meu loci genético para a característica “cor dos olhos” está com um gene castanho, mas o de outras pessoas tem um gene azul ou verde (uma ressalva importante: a cor dos olhos, ao contrário do que reza a lenda, não é definida por um gene só. Essa é apenas uma simplificação didática).  

Há muitos loci genéticos em jogo quando a questão é algo tão grave quando câncer. Afinal, genes não trabalham sozinhos: há centenas deles envolvidos na produção de cada uma das características do seu corpo. O negócio é que homens que têm determinados genes em determinadas posições correm um risco maior do que outros. Um em cada dez homens têm uma chance três vezes maior que a média de sofrer com a próstata. O objetivo de testes de saliva ou de sangue é justamente isolar esse grupo – e mantê-lo sob acompanhamento mais cuidadoso.

Para encontrar essa coleção de 63 genes críticos, os cientistas compararam o DNA de 61 mil homens saudáveis com o de 80 mil que tinham câncer. Apesar do número razoável, esses genes respondem por apenas 28,4% do risco total de tumores na próstata – outras variáveis, como mutações raras ou genes menos influentes (com só um pouco de culpa no cartório), não são tão fáceis de se levar em consideração.  

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“Essa nova pesquisa pode ajudar os homens a entender seu risco genético de ter câncer, e motivá-los a falar com seus médicos sobre a doença”, afirmou ao The Guardian Ian Frame, diretor de pesquisa de associação britânica dedicada ao câncer de próstata. “Nós precisamos urgentemente de testes de diagnóstico que sejam adequados para um programa nacional de prevenção.”

O Brasil registra 68,8 mil novos casos de câncer de próstata todos os anos, e muitos homens ainda são avessos ao exame de toque retal. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), 51% da população do sexo masculino nunca consultou um urologista. Mesmo que testes de saliva, na carona dos estudos de genética, se tornem cada vez mais precisos, baratos e acessíveis a brasileiros, é muito pouco provável que eles substituam o clássico dedo – principalmente se você for diagnosticado como parte do grupo de risco. Não tem escapatória. Vá ao médico. 

 

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