Assine SUPER por R$2,00/semana
Continua após publicidade

E se a gente parasse de comer carne?

Comer carne seria mal visto pela sociedade, cachorros e gatos seriam animais de dondoca e porcos seriam os "novos" vira-latas.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h58 - Publicado em 28 abr 2011, 22h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Bruna Maia e Rodrigo Rocha

    Publicidade

    Os vegetarianos venceram. Do dia para a noite, o mundo todo resolveu parar de comer carne. Seria bonito: só no Brasil pouparíamos as vidas de 43 milhões de bois, quase 40 milhões de porcos e 4,5 bilhões de frangos a cada ano. Esses são animais de corte, criados para virar comida. O que significa que eles não foram nutridos e tratados para entrar em outras linhas produtivas, como de leite ou ovos. E que eles cairiam em algo como um desemprego funcional: não teriam mais função nas fazendas. Quer dizer, daria para aproveitar um ou outro para puxar carroça. Mas o grosso ganharia alforria do homem. Apesar de linda, a liberdade tem preço. Sem ninguém para alimentá-los, os animais teriam de buscar comida. Competiriam por alimento com outras espécies e ficariam vulneráveis a ataques de predadores. Em áreas de pastagens, como nos Pampas brasileiros, a vida seria boa. Já no Pantanal, boizinho teria de enfrentar até onça.

    Publicidade

    Enquanto isso, o açougue do lado da sua casa estaria fechando as portas, junto com abatedouros e frigoríficos. Pior para o Brasil, maior exportador de carne de boi e de frango do mundo, além de quarto na exportação de carne suína. A economia de EUA, China e União Europeia também sofreria. Esses países produzem muita carne para atender à demanda de seus próprios habitantes. Já os ambientalistas comemorariam, e não só porque pararíamos de matar bichos. A pecuária tem um grande impacto ambiental. De todo o desmatamento causado no mundo, 14% acontece na Amazônia para abrir espaço para a criação de animais. Derrubaríamos menos årvores, o que, de quebra, contribuiria para reduzir o peso de nossas emissões de gases.
    Não comeríamos feijoada, peru de Natal, bacalhau (carne branca também estaria fora). Isso não significa necessariamente mais saúde. Perderíamos vitaminas, proteínas e minerais. Teríamos de nos adaptar a uma nova dieta. Essa não seria a única mudança na rotina: seu guarda-roupas também passaria por uma revolução.

    Continua após a publicidade
    Animais de estimação
    Todos intocáveis: vaca, porco, peixe, galinha… A não ser que você queira desafiar a sociedade

    Ração a prestação
    Ter cachorro ou gato seria coisa de madame. Os bichanos são carnívoros, precisam de carne para absorver nutrientes. Fazendas teriam de manter o abate de animais só para produzir ração para cães e gatos, o que encareceria o produto. Alternativa: por que não adotar um porquinho selvagem, que tem uma dieta mais flexível?

    Chuleta vegetal
    Em um mundo sem churrascaria, o jeito seria se contentar com rodízios de carne de soja. E buscar outras fontes para os nutrientes que absorvíamos ao comer carne. O caso mais crítico seria o da vitamina B12, presente naturalmente só em fontes animais. Ovos nos ajudariam nisso, assim como suplementos sintéticos.

    Câmbio negro
    Consumir carne seria como prostituição no Brasil: legalmente permitido, um crime aos olhos da sociedade. Os revoltados teriam de procurar açougues clandestinos, que dependeriam da ação de fazendeiros gananciosos e venderiam carne de qualidade duvidosa.

    Continua após a publicidade

    A revolução dos bichos
    Os animais livres teriam de procurar alimento sozinhos. Por que não aproveitar aquela plantação verdinha tão suculenta? Porcos comem de tudo – de estômago vazio, não se refreariam frente a ovos e pintinhos. À procura de alimento, os animais perambulariam até pelas cidades. Seriam as novas pragas.

    Sapatênis é tendência
    Esqueça sapato, bolsa, casaco de couro. Ter um artigo desses seria tão reprovável quanto comer feijoada gorda. Os sapatos mais formais precisariam de materiais alternativos, como plástico, borracha e couro falso. Com o marketing correto, o sapatênis poderia ser a estrela dessa nova era.

    Fontes Abiec; Abipec; Ubabef; USDA; IBGE; Eurostat; Greenpeace; Peta; Maria Lúcia Pereira Lima, diretora do Instituto de Zootecnia; Associação Brasileira dos Criadores; Jacira Conceição, nutricionista da Asbran.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 12,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.